3 de fev. de 2011

REDECARD ESPERA RECUPERAÇÃO DE MARGEM A PARTIR DO 2º TRIMESTRE

portal Valor Online 03/02/2011 Ana Luísa Westphalen

Os custos com o fim da exclusividade de credenciamento das bandeiras de cartão de crédito, em julho, voltou a afetar o lucro da Redecard.

Pelo segundo trimestre consecutivo, a credenciadora reportou margem líquida menor, recuando de 46,3% no quarto trimestre de 2009 para 39,3% no mesmo período do ano passado. Com isso, o lucro líquido da companhia ficou em R$ 348,7 milhões no trimestre, uma redução de 13,4% na comparação anual.

De acordo com o presidente da companhia, Roberto Medeiros, a margem deve mostrar recuperação a partir do segundo trimestre, quando são esperados ganhos de eficiência, fruto dos investimentos feitos no ano passado. Para o executivo, os resultados do período entre julho de 2010 e março deste ano representa uma transição para adaptação da companhia ao fim da exclusividade das maquininhas.

“Não acredito que custos e despesas continuarão a crescer desta forma, o pico foi no terceiro e quarto trimestres”, avalia. No entanto, o executivo acredita que a empresa não conseguirá voltar aos resultados anteriores à abertura do mercado de cartões. “Não teremos mais a margem que tínhamos em 2008 porque o ambiente é outro”, reconhece.

Para se ter uma ideia, no quarto trimestre, os custos totais dos serviços prestados apresentaram aumento de 39,9% na comparação anual, para R$ 232,2 milhões. O resultado foi em parte compensado pelo avanço de receita operacional líquida de 2,1%, totalizando R$ 886,7 milhões.

Para lidar com essa nova realidade, a Redecard viu um aumento, sobretudo, das despesas com atendimentos telefônicos e reforço da equipe. Durante o ano passado, foram contratados 500 funcionários para a área de vendas, e cerca de 160 para suporte técnico.

Os custos de novas instalações também subiram. A base de equipamentos instalados e ativos chegou a 1.145 mil unidades ao fim de 2010, 16,1% superior à base de dezembro de 2009.

Outro fator que afetou a margem da Redecard foi a pressão sobre a taxa de desconto, especialmente por parte dos grandes clientes. As receitas de aluguel de equipamentos totalizaram R$ 169 milhões no último trimestre, o que representa uma redução de 13,7% na mesma base de comparação. O preço médio do aluguel foi de R$ 50,34, uma redução de 26,2%. Mas para o executivo, a tendência para este ano é de acomodação dos preços.

No quarto trimestre de 2010, o crescimento do volume financeiro de crédito da Redecard cresceu 29,4% sobre o mesmo período do ano passado, enquanto no segmento débito, a alta foi de 31,6%. A geração de caixa, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida) apresentou redução de 2,1% na mesma base de comparação, totalizando R$ 548,7 milhões.

Em 2010, o volume financeiro de crédito e débito apresentaram elevação de 25,6% e 22,1%, respectivamente. O lucro líquido totalizou R$ 1,4 bilhão, praticamente estável em relação a 2009. A margem líquida recuou de 45,4% para 41,2% e o Lajida mostrou leve avanço de 0,8% na comparação anual.

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