4 de jan. de 2011

FIRST DATA FINALIZA ACORDOS PARA ATUAR EM CARTÕES

jornal Brasil Econômico 04/01/2011 – Thais Folego

Após as maiores instituições financeiras anunciarem parcerias para atuarem na atividade de credenciamento de estabelecimentos para aceitação de cartão de crédito, o que se espera, agora, são anúncios de empresas que pretendem atuar em nichos de negócios ou geográficos.

A First Data, maior processadora e credenciadora dos Estados Unidos, está próxima de fechar dois acordos no Brasil. Maria Fernanda Teixeira, presidente da companhia no país, não revela os nomes dos parceiros, mas diz que uma das operações já estará funcionando até o final do primeiro trimestre.

Circulam no mercado informações de que uma das parcerias seria com o banco Fator e a outra na área de postos de gasolina. No entanto, o Fator, que atualmente atua no mercado de cartões como emissor (por meio da UBR, uma joint venture com a Unimed), não confirma a informação.

A First Data tem operações em 36 países, sendo que em 20 atua em credenciamento. No Brasil, a processadora desembarcou em 2002, tendo como principal negócio soluções em correspondente bancário e o licenciamento de seu software de processamento, o Vision Plus. "No ano passado, crescemos mais de 20%", diz Maria Fernanda. Segundo ela, o principal fator de crescimento foi o forte investimento de instituições financeiras em correspondentes bancários.

Investimento

Para apoiar o novo serviço de credenciamento, a operação da First Data no Brasil terá de triplicar o número de pessoas envolvidas no back office. Entre elas a equipe de call center para atender aos lojistas, a equipe de prevenção a fraudes e charge-back (cancelamento de uma venda feita com cartão de débito ou crédito).
Hoje, a First Data conta com cerca de 100 funcionários no país. "Serão investidos alguns milhões de dólares", diz Maria Fernanda, sem revelar, porém, valores exatos.

A atividade de credenciamento de cartões no Brasil se tornou foco de investimentos de estrangeiros — assim como de bancos locais que não atuavam nessa atividade —após a abertura deste mercado, no dia primeiro de julho do ano passado, quando terminou a exclusividade entre a bandeira Visa e a credenciadora Cielo (VisaNet, na época). Desde então, qualquer instituição que tivesse as devidas licenças das bandeiras passaram a poder atuar com as duas bandeiras internacionais que possuem o maior volume de transações: Visa e Mastercard, que já não tinha exclusividade há anos.

O interesse não é para menos. Segundo levantamento da consultoria Lafferty, entre os países que compõem os Bric (Brasil, Rússia, índia e China), o Brasil é que o tem a maior rentabilidade na atividade de credenciamento. No país, cada cartão rende, para emissores e credenciadores, US$ 20. Na índia, o ganho é de US$ 12 e na China, apesar dos mais de dois bilhões de plásticos emitidos, há um prejuízo de US$ 1 por cartão.

O primeiro a estrear no segmento, que tem como líderes Cielo e Redecard, foi o Santander em parceria com a GetNet. Ainda neste primeiro semestre, está prevista a entrada da operação do Citibank com a americana Elavon. A também americana GlobalPayments deve começar a operar no país neste ano. "Na primeira etapa, os novos concorrentes vão entrar em mercados que hoje não são cobertos, como saúde e educação", avalia Maria Fernanda.

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