31 de jan. de 2011

LUCRO DE BANCOS BRASILEIROS SERÁ PUXADO POR CRÉDITO AO CONSUMIDOR E PMES

portal Exame 31/01/2011 - Marcio Orsolini

Nesta semana, os bancos brasileiros divulgarão seus balanços referentes ao quarto trimestre de 2010. Segundo prévias de resultados traçadas por corretoras, o desempenho das principais instituições financeiras do país será bom. De acordo com a corretora do HSBC, em relatório assinado pelos analistas Victor Galliano e Mariel Santiago, a expansão de crédito será proveniente do forte crescimento nos segmentos de varejo e pequenas e médias empresas. “No segmento de microfinanças, esperamos que os empréstimos em grupo levem à expansão do crédito no trimestre”, afirmaram os analistas. Confira a previsão sobre os principais bancos brasileiros.

Itaú Unibanco

Para o maior banco privado brasileiro, o HSBC projeta um lucro líquido de 3,943 bilhões de reais no trimestre, em linha com as estimativas traçadas. “Esperamos que o Itaú-Unibanco registre rápido crescimento do crédito de 6% na comparação trimestral, o mais rápido entre os bancos privados”, afirmam os analistas.
“Acreditamos que esse crescimento deve ser motivado pela forte expansão do crédito a PMEs e ao consumidor.” A inadimplência deverá cair 0,1% em comparação ao trimestre anterior e as despesas operacionais, excluindo as depreciações, devem saltar 6%.

Bradesco

A corretora Itaú BBA afirma que o crescimento de empréstimos do Bradesco será impulsionado pelos cartões de crédito. Com ela, concorda o HSBC, que prevê um crescimento do lucro líquido de 2% na comparação trimestral e 18% na comparação anual, somando 2,584 bilhões de reais, em linha com a expectativa da corretora.
“Esperamos forte desempenho no segmento de consumo, especialmente em financiamento de veículos, e uma desaceleração no crédito das empresas”, afirmam os analistas Regina Longo Sanchez, Thiago Bovolente Batista e Alexandre Spada. A corretora projeta uma expansão de 3,5% na comparação trimestral e de 21% na comparação anual. “As despesas devem aumentar no período devido a gastos com propaganda”, anotou a corretora. A projeção é de um aumento de 4,8% em despesas administrativas.”

Santander Brasil

Segundo cálculos da HSBC Corretora, o lucro líquido do banco saltará 22% na comparação anual, aos 1,939 bilhão de reais no trimestre. “Acreditamos que o Santander deve continuar a registrar forte crescimento de crédito. Projetamos um crescimento de 5,5% na comparação trimestral e 19% na comparação anual, motivado principalmente por pequenas e médias empresas e créditos ao consumidor”, afirma a corretora. “Santander deve apresentar um crescimento de empréstimos abaixo do mercado por conta da diminuição de aquisições”, diz a corretora Itaú BBA. Porém, em termos de outras receitas, a corretora projeta uma leve queda de 0,4%, provocada por tarifas e comissões menores.

Sobre as despesas operacionais, a projeção é de um aumento 8% decorrente da expansão da rede de agências do banco. Na comparação anual, o Santander se sai melhor: terá 6% de crescimento em despesas. A Itaú BBA é mais otimista. Segundo a corretora, as despesas devem crescer cerca de 4,1%.“Acreditamos que as despesas administrativas cresceriam mais do que o previsto se as sinergias do processo de integração não tivessem sido capturadas”, afirmam os analistas.

Banco do Brasil

A projeção da corretora HSBC é que o Banco do Brasil tenha um lucro líquido de 2,731 bilhões de reais no trimestre – uma queda de 2%. Porém, a corretora prevê um crescimento no crédito de 5% na comparação trimestral e de 20% na comparação anual, puxado pelas PMEs e consumidores. De acordo com a Itaú BBA, o crescimento do Banco do Brasil será beneficiado também pelo Plano Previ I. “Estimamos um ganho pré-impostos de 1,7 bilhão de reais”, anotaram os analistas. Eles afirmam também que a taxa de empréstimo deverá ficar abaixo da média de outros bancos, mas se manterá sólida. O índice de inadimplência deve aumentar gradualmente neste ano por conta da expansão de consumo. As despesas operacionais devem saltar 7,8%. A Itaú BBA é mais otimista e prevê um aumento de 5%.

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