11 de out. de 2011

PRÉ-PAGOS, UM MEIO DE GANHAR USUÁRIOS

jornal Valor Econômico 29/09/2011 - Martha Funke

O potencial de crescimento para os meios eletrônicos, representado pelo uso do dinheiro em espécie no país, está levando os bancos a investirem em inovações para, de um lado, facilitar a vida do cliente a ponto de não ser necessário o uso do papel moeda e, de outro, acelerar o acesso da população de renda mais baixa a todos esses produtos.

No primeiro caso, a facilidade e a integração de plataformas de operação e atendimento são as estratégias em curso. Mas é no segundo que as novidades se multiplicam, principalmente com a chegada de meios como os cartões pré-pagos e maior uso dos dispositivos móveis.

A inclusão de uma camada alheia aos meios eletrônicos de pagamentos começa a ser estimulada entre os bancos com a criação dos pré-pagos. A novidade fica por conta do Banco do Brasil, a primeira instituição bancária de grande porte a lançar esse tipo de produto. A divulgação será feita nesta semana. O BB estabeleceu metas agressivas para seu cartão: com bandeira Visa, o Ourocard Pré-Pago Recarregável quer chegar a 1 milhão de unidades em doze meses.

Segundo o vice-presidente de negócios varejo, Pedro Rogério Caffarelli, o banco colocará à disposição de seus clientes dois modelos: o Mesada, para os correntistas darem a seus filhos uma ferramenta segura para gastos, e o Conveniência, para uso do próprio cliente ou de terceiros como familiares, empregados e outros. O cartão também permitirá saques em caixas eletrônicos e oferece ao cliente e possibilidade de agendamento periódico - para mesadas ou salários, por exemplo.

Criar facilidades para reduzir o uso do dinheiro é o caminho do Santander. "Os meios eletrônicos devem ganhar espaço", diz o diretor de tecnologia Marcelo Zerbinatti. Os principais desafios, acrescenta o vice-presidente do Itaú Unibanco, Alexadre de Barros, são as pequenas quantias, com potencial enorme de desenvolvimento de carteiras (wallets) eletrônicas. "Elas abrem espaço para o celular."

Para o HSBC, em no máximo dois anos o pagamento de salários deixará de ser feito em dinheiro, com a existência de contas correntes simplificadas para clientes de baixa renda poderem receber e fazer movimentações pelo celular. "Isso deve diminuir as transações em papel moeda. Elas serão mais reduzidas com a formalização da economia", destaca o diretor de canais Marcelo Villela.

O Bradesco, por sua vez, anunciou ser o primeiro banco brasileiro a oferecer um dispositivo de segurança integrado ao celular. Assim, os clientes não precisam carregar o token físico. A pessoa também pode consultar sua chave de segurança, de forma off-line, para realizar transações em todos os canais digitais - autoatendimento, internet, fone fácil e celular. Além disso, com o Bradesco Celular, o cliente pode ver o saldo, fazer transferências, empréstimos e outras operações bancárias.

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