jornal Valor Econômico 29/09/2011 - Inaldo Cristoni
As investidas dos bancos nos canais eletrônicos sempre trazem à tona dúvidas quanto à segurança. Os especialistas garantem que fazer transações por internet banking, dispositivos móveis ou outro meio eletrônico é seguro, desde que o usuário siga certas regras.
A preocupação com a segurança é pertinente. Estudo da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) revela que no primeiro semestre as perdas com fraudes bancárias por meio eletrônico cresceram 36% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo a entidade, o aumento se deve, entre outros fatores, ao descuido de alguns usuários, já que "os bancos investem em infraestrutura, recursos tecnológicos e humanos para evitar possíveis tentativas de fraudes".
A conclusão do estudo confirma a opinião de Raphael D'Avila, country manager da Sourcefire, especializada em segurança da informação. Segundo ele, parte dos clientes está tendo os primeiros contatos com a tecnologia e muitas vezes não sabe como proceder em situações de risco. D'Avila diz que muitos ficam em dúvidas sobre se devem ou não abrir e-mails supostamente enviados pelo banco. Em geral abrem e têm prejuízos porque seus dados são violados.
A maioria das fraudes decorre desse tipo de e-mail, o que, no jargão especializado, é conhecido por phishing. Para Leignes Andreatti, CIO (chief information officer) do HSBC, os bancos, de modo geral, devem intensificar o trabalho de conscientização dos clientes. Para Ricardo Guerra, diretor de canais de atendimento do Itaú Unibanco, com o uso crescente da internet e de smartphones, os usuários tendem a se familiarizar com os meios eletrônicos de pagamento. "Interfaces mais simples facilitam a utilização desses canais, trazem comodidade e aumentam a percepção de segurança ao cliente", acredita.
Para Gustavo Roxo, vice-presidente da consultoria Booz Allen, se os usuários seguirem as orientações dos bancos, o risco de fraude é mínimo. O consultor reconhece, porém, que os invasores adotam métodos cada vez mais sofisticados: com o uso de softwares maliciosos, ele criam uma página falsa do internet banking e conseguem capturar as informações bancárias sem que o correntista consiga perceber a fraude. "Mas os bancos têm dispositivos de proteção, como token e senhas, que diminuem o risco desse tipo de prática", afirma.
A virtualização dos servidores é apontada por Eduardo Godinho, especialista em segurança da Trend Micro, como um fator de risco. "Existe uma janela de tempo para atualização do software de antivírus nas novas máquinas que abre uma brecha para entrada de arquivos maliciosos", explica.
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