11 de out. de 2011

CESTA “ELETRÔNICA” DE NATAL DEVE GERAR RECEITA DE R$ 730 MI

jornal Brasil Econômico 03/10/2011 – Carolina Pereira

As convencionais cestas de Natal distribuídas no fim de ano pelas empresas aos funcionários estão dando lugar a um objeto bem menor. Empresas como Ticket e Visa Vale esperam crescimento de pelo menos 20% nas vendas de cestas de Natal neste ano. Só que elas serão em forma de cartão.

Um dos fatores que está impulsionando a adoção deste tipo de produto é a redução de custos com transporte, manuseio e armazenagem das cestas convencionais, segundo Sergio Oliveira, diretor adjunto de produtos da Ticket. A empresa espera gerar receita de R$ 160 milhões este ano com o cartão de Natal, número 20% maior na comparação ao registrado em 2010.

“Ao contrário do modelo convencional de cesta, uma das vantagens é que, com o cartão, o colaborador pode escolher os alimentos que quer comprar”, afirma Oliveira. O valor médio gasto pelas companhias em crédito nos cartões é de R$ 180, de acordo como executivo e, no caso da Ticket, podem ser utilizado em100 mil estabelecimentos credenciados que vendem alimentos. Ao todo, a Ticket atende hoje a 57mil empresas e 5 milhões de usuários e tem 4,2 milhões de cartões em operação.

Já a Visa Vale, concorrente da Ticket no fornecimento de cartões de benefícios, espera um aumento ainda maior nas vendas de cesta de Natal em forma de cartão, da ordem de 30%. Com o crescimento, a empresa pretende atingir receita de cerca de R$ 357,5 milhões. O valor inclui tanto o cartão de Natal quanto o crédito adicional que algumas companhias incluem no cartão alimentação, benefício dado mensalmente por empresas, ao final do ano.

Ronaldo Varela, diretor executivo comercial da companhia, explica que uma das estratégias adotadas para reforçar as vendas neste ano foi criar um cartão diferenciado, específico para o Natal. Até o ano passado a “cesta” era entregue em forma de valor adicional no cartão alimentação, ou por meio de um cartão que não tinha uma identificação diferente, era idêntico ao cartão convencional de alimentação da Visa Vale.

“Os clientes demandaram um produto específico para que os funcionários percebam que estão sendo presenteados”, diz Varela. Segundo ele, a Ticket espera comercializar 238 mil cartões de alimentação só para o Natal deste ano. No total, a empresa tem 5,2 milhões de cartões ativos.

Outra empresa do setor, a Sodexo, também espera crescer 30% as vendas da cesta de Natal “eletrônica”. A expectativa é que o produto movimente R$ 200 milhões este ano. Hoje, a empresa tem uma base de 60 mil clientes, que representam 5,8 milhões de trabalhadores, com uma rede de 295 mil estabelecimentos credenciados.

Marbel avalia crescer 20% neste ano

Diante do crescimento esperado por Ticket, Visa Vale e Sodexo nas vendas de cartão alimentação de Natal neste ano, a Marbel, empresa especializada em cestas tradicionais, físicas, admite que o mercado de cartões de benefícios tem influenciado nas vendas nos últimos anos, mas diz que a perda de mercado ainda é pequena.

Érica Montanhana, coordenadora comercial da Marbel, afirma que “empresas que querem praticidade optam pelo cartão, mas ainda existe um lado emocional que os clientes gostam de explorar. O impacto é diferente quando o funcionário chega em casa com uma cesta cheia de guloseimas. Impacta em toda a família”.

A Marbel, que tem capacidade total de produção de 20 mil cestas por dia, conta com este apelo emocional para crescer as vendas em 20%,mesmo percentual de aumento esperado pela Ticket, por exemplo, para aumento nas vendas de cartões. Segundo Érica, a Marbel vai atingir 300 mil unidades de cestas de Natal comercializadas neste ano. O número é maior do que a quantidade de cartões de Natal que a Visa Vale, por exemplo, espera comercializar este ano, que é de 238 mil.

De acordo com Érica, os valores das cestas variam entre R$ 20 e R$ 80, enquanto na Ticket, por exemplo, o valor médio do cartão é maior, de cerca de R$ 180.

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