jornal Brasil Econômico 20/09/2011 - Flávia Furlan
As receitas geradas pelas credenciadoras de cartões no Brasil somam US$ 2,8 bilhões ao ano, de acordo com dados do NilsonReport, First Annapolis e TSYS Analysis. O valor equivale ao de países como China e o Reino Unido juntos, que têm US$ 1,4 bilhão de receitas anuais cada.
Apesar do bom desempenho, o Brasil ainda está bem atrás do primeiro colocado, os Estados Unidos, que registram uma receita estimada de US$ 7,4 bilhões pelas adquirentes ao ano.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Cláudio Yamaguti, os brasileiros têm de ter "orgulho" do desenvolvimento do mercado de credenciamento. Ele explica que, depois da abertura do mercado, que vivia um duopólio entre Cielo e Redecard até julho do ano passado, estabelecimentos que antes não aceitavam cartões de crédito e débito passaram a aceitar, por conta da maior competitividade, que trouxe redução das taxas cobradas pelas maquininhas. "O mercado está muito evoluído", ressalta.
E isso tem chamado a atenção de empresas do mundo todo. Segundo o gerente-geral da Tsys do Brasil, David Duncan, o credenciamento tem se tornado um negócio mundial, com as empresas buscando expansão além de seu mercado doméstico. O diretor de expansão de negócios na América Latina da Tsys, Antonio Jorge de Castro Bueno, explica o foco no Brasil. "As oportunidades no país estão surgindo -e são maiores do que lá fora por conta da crise econômica mundial".
O quadro de maiores mercados de adquirência no mundo reflete, em parte, esta realidade, com países como a Alemanha e o Reino Unido atrás do Brasil em receitas de credenciamento. Ele ainda credita o sucesso do mercado brasileiro ao crescimento da classe média.
Dados da Boanerges&Cia. Consultoria em Varejo mostram que no ano passado as adquirentes atingiram 7,3 bilhões em número de transações no Brasil e, para este ano, o volume deve passar para 8,5 bilhões, um crescimento de 16%. Já para 2016, ano da Olimpíada no Brasil, o número de transações deve subir a até 13,7 bilhões, o que representaria um aumento de 61,2% frente a 2011.
Segundo Boanerges Ramos Freire, presidente da consultoria, entre as estratégias disponíveis para as credenciadoras vencerem neste mercado, estão a especialização em nichos, a integração com bancos, agente de distribuição ou varejista e a diferenciação em serviços, seja em relação à abrangência de bandeiras aceitas, no relacionamento com os varejistas ou na qualidade. "A diferenciação é um desafio gigantesco" afirma.
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