jornal Brasil Econômico 07/10/2011 - Gabriel de Sales (caderno Especial Brasil em Perspectiva)
Qual a sua avaliação sobre o Brasil nesses dois anos?
O crescimento do país foi notável. O Brasil passou por um importante teste de resiliência. Após a retração em 2009, o PIB cresceu 7,5%em 2010. O setor de meios eletrônicos de pagamento, no qual a CSU CardSystem atua há 20 anos, continuou a trajetória de forte crescimento. Já os números de 2011 denotam maior cautela. Há muito trabalho pela frente. A economia doméstica segue fortalecida tanto pelo maior poder aquisitivo da população e entrada de pessoas no mercado de consumo quanto pelos investimentos das empresas em melhoria de processos, capacitação de pessoas e tecnologia. Nossa economia, comparada com a dos países desenvolvidos, vai muito bem. Ao mesmo tempo, assistimos a sucessivos movimentos de concentração bancária. Esta, por um lado, garante solidez ao sistema financeiro e permite atravessar sem grandes percalços as crises globais, mas, por outro, a baixa competitividade pode restringir a qualidade e a extensão dos serviços financeiros e da oferta de crédito à sociedade.
Quais as prioridades do país daqui para a frente?
O mercado brasileiro é um dos mais promissores no setor de varejo financeiro, crédito e meios eletrônicos de pagamento. Uma boa parcela da população economicamente ativa não é bancarizada. O cartão de crédito e o acesso a transações eletrônicas de pagamento precisam chegar a todos os brasileiros a preços e condições adequadas, ou seja, é necessário que se avance concretamente com a abertura do mercado. É fundamental que mais e mais bancos e empresas de adquirência possam se homologar junto às bandeiras internacionais para viabilizar uma competição mais saudável. Ainda há grandes entraves que desestimulam a ampliação no número de players. Olhando para o país como um todo, sem dúvida, a maior prioridade se concentra em consistentes investimentos em educação tanto fundamental como técnica.
Qual a sua sugestão para colocar em prática essas prioridades?
Um maior grau de exigência do próprio consumidor deve fomentar a melhoria dos produtos e serviços oferecidos. A atratividade do Brasil para novos players e o fortalecimento do varejo devem contribuir para uma redução geral nos custos embutidos nas transações eletrônicas de pagamento, alinhando paulatinamente o Brasil a mercados mais maduros, e democratizando o acesso aos mais modernos meios de pagamento. De modo mais amplo, a conjunção de investimentos públicos e privados em educação e capacitação de pessoas acelera a criação de condições para as empresas inovarem e se renovarem, tornando a nossa economia mais competitiva.
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