9 de out. de 2011

EMPRESAS DESCUIDAM DE RISCOS NO PAGAMENTO COM CARTÃO

portal Brasil Econômico 16/09/2011 - Rafael Palmeiras e Flávia Furlan

Até o final do ano, apenas 50% das empresas de nível 1 terão o certificado de PCI em seus sistemas de pagamento

Com o maior uso de cartões, é preciso ficar atento na hora de realizar um pagamento, pois apenas 50% das empresas possuem o certificado internacional que garante segurança nas transações.

Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), mais de 684 milhões de cartões serão emitidos em 2011 e, para garantir a segurança destas operações, as bandeiras criaram o PCI, um conselho mundial que desenvolve padrões para evitar fraudes nas transações.

Porém, no Brasil, a implementação destas regras nos sistemas de pagamento das empresas ainda caminha devagar.

Dados do conselho mundial mostram que a meta é de que até o final do ano cerca de 50% das empresas de nível 1 - aquelas com mais de seis milhões de transações por ano - estejam de acordo com os padrões estabelecidos.

Neste nível fazem parte 20 grandes corporações instaladas no país, entre elas estão redes de supermercados, farmácias, lojas do setor de linha branca e até mesmo uma rede de lanchonete.

Rafael Sampaio, presidente da empresa de serviços de segurança Future Security, conta que a adoção dos padrões de PCI ainda é baixa.

"Encontramos mais empresas que não adotaram do que aquelas já se adequaram às normas."

De acordo com Henrique Kazuhiro Takaki, conselheiro do PCI na América Latina, para evitar problemas de roubo de informações nestas operações, as bandeiras estão ajudando as empresas a se adequarem.

"Na AL, o Brasil tem se destacado pela implantação do sistema, aqui muitas empresas apenas aguardam a verificação do sistema", ressalta.

Com o objetivo de pressionar as companhias, as bandeiras já planejam a cobrança de multas. Com data limite até o final do ano, a rede MasterCard deve multar em US$ 25 mil os estabelecimentos inadequados.

"Já a Visa está mais fléxivel com relação a data", informa Takaki.

Sampaio, da Future, conta que o custo de implementação pode variar entre R$ 100 mil até R$ 10 milhões.

"Depende do tamanho e da necessidade da empresa. As bandeiras nos procuram para apoiar seus principais clientes, já que a fraude afeta tanto a companhia de varejo quanto a bandeira. Não à toa eles (as bandeiras) criaram essa regra."

Jacinto Cofino, diretor de risco de sistema de pagamento da Visa, explica que o PCI é um padrão mandatório. "Percebo que as lojas já estão cumprindo as regras", avalia. Mas entende que grande parte ainda está em fase de implantação.

O executivo alerta que a preocupação da Visa está nas compras realizadas por meio da internet. Para o diretor, uma compra feita presencialmente e com cartões de chip é mais segura dos que as "de cartão não presente".

Segundo Cofino, no Brasil, se 75% das compras são feitas em terminais com chip, não é preciso fazer auditoria todo ano, porque isso tem um custo alto.

"Se a loja quiser, pode implementar, mas não é obrigatório. Isso tudo é para mitigar vazamento de informação", completa Edson Ortega, diretor de risco da Visa Brasil.

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