jornal DCI 26/05/2011 – Panorama Brasil
Depois dos rumores do mercado o Grupo Pão de Açúcar (GPA) negou mediante comunicado que esteja em negociações com o Carrefour para uma possível fusão das operações brasileiras de ambos os grupos varejistas, conforme informações publicadas pela mídia francesa desde domingo. -
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a maior varejista do País afirmou que "não é parte em qualquer negociação com o Carrefour e não contratou qualquer assessor financeiro com esse fim".
Além disso, informou que o presidente do conselho de administração do Pão de Açucar, Abílio Diniz, disse estar "sempre em busca de alternativas para o crescimento da companhia" e que "não há nenhum fato ou ato que justifique uma divulgação ao mercado".
Rumores do mercado, no entanto, afirmam que as negociações estão em fase embrionária e contam com dois entraves: aprovação dos órgãos de defesa da concorrência no Brasil e oposição do Casino, acionista do Pão de Açúcar.
Para estudar a viabilidade do negócio, o Pão de Açúcar conta com o trabalho da consultoria Estáter, prestadora de serviço da varejista que costurou a compra da Casas Bahia. O Carrefour é assessorado pelo banco Lazard.
A fusão poderia criar um gigante com faturamento da ordem de R$ 60 bilhões anuais e 28% do setor supermercadista no Brasil, o que dificultaria a aprovação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Para o presidente da Associação Brasileira de Supermecados (Abras), uma possível fusão impacta o mercado, como ocorreu quando o Carrefour comprou o Atacadão, mas que há, em seguida, um processo de adaptação.
De acordo com Honda, o País tem redes regionais mais fortes do que grandes marcas, como ocorre no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná, onde, segundo ele, a participação do Pão de Açúcar não é tão intensa. "Esse desenho não muda muito"', disse.
Fornecedores dos grupos Carrefour e Pão de Açúcar afirmam que caso as operações do grupo varejista de origem francesa sejam mesmo absorvidas pela companhia controlada pelo empresário Abílio Diniz, provavelmente a marca Extra será preterida, seja porque é menos forte comercialmente, seja porque o Cade, ao ser instado a julgar a aquisição, obrigue o novo conglomerado a desfazer-se de um dos nomes.
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