jornal Brasil Econômico 26/05/2011 - Françoise Terzian
Enquanto os empresários supermercadistas concentram sua atenção sobre as notícias de uma possível fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour Brasil, a rede americana Walmart, a terceira maior do país, corre por fora para alavancar sua posição no país. A companhia sediada em Bentonville, no Arkansas, manteria negociações avançadas para a compra da rede paranaense de supermercados Irmãos Muffato & Cia, a oitava maior rede de supermercados do país, segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
O Super Muffato, como é mais conhecido entre os consumidores, lidera no Paraná e posiciona-se como a segunda maior rede de todo o Sul do país. A primeira é o próprio Walmart.
Os paranaenses fecharam 2010 com um faturamento de R$ 1,9 bilhão, 30 lojas e 1% do faturamento do segmento de supermercados. O percentual parece baixo, mas é vital para o fortalecimento do Walmart na região. “Além de gerar economia de custos, já que promoverá sinergia em compras e também logística, esta compra soa mais como uma proteção contra a entrada de concorrentes no sul do país”, afirma o diretor de uma rede supermercadista.
Para manter a posição de liderança no ranking supermercadista no Sul do país e também aumentar margem, a rede tem procurado fortalecer sua musculatura. Uma compra dessas, analisa um fornecedor, faz todo o sentido.
Procurada, a Muffato nega qualquer tipo de negociação com o Walmart. A companhia americana não comenta o caso.
A Muffato não seria o único alvo do Walmart. Fornecedores afirmam que a rede Savegnago, do interior de São Paulo, também se encontra em conversações com os americanos. Suas 24 unidades geraram um faturamento de R$ 993 milhões no ano passado. Uma fonte de mercado diz que a Savegnago apresenta rentabilidade satisfatória e uma boa eficiência, o que seria atrativo para qualquer concorrente. Mas o coordenador de marketing da rede, Murilo Pais Savegnago, nega qualquer tipo de negociação.
Desde que comprou a rede nordestina Bompreço, em2004, e as lojas da portuguesa Sonae, em 2005, o Walmart tem mapeado negócios em potencial para adquirir no país. Há dois anos, a rede manteve conversações como Carrefour Brasil com o objetivo de unificar as operações no país. O negócio não vingou, o que abriu espaço para novos interessados se aproximarem dos franceses. Hoje, o assunto Walmart é tido como “águas passadas” dentro do Carrefour.
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