14 de fev. de 2011

MULTIPLUS QUER AGREGAR 18 PARCEIROS NESTE ANO

jornal Valor Econômico 14/02/2011 - Eduardo Laguna

Após anunciar na sexta-feira os resultados financeiros de seu primeiro ano de operações, a Multiplus - empresa da TAM que administra programas de fidelidade - prepara para 2011 uma ampliação significativa de sua base de parceiros de coalizão, aqueles que permitem a troca de pontos por produtos ou serviços.

Ao longo do ano, a meta da empresa é agregar de 8 a 18 novos parceiros à rede. A Multiplus fechou dezembro com 12 parceiros e já agregou mais três neste ano.
Essas parcerias sairão de 25 setores mapeados pela companhia - entre eles, supermercados, locação de veículos, operadoras de planos de saúde e montadoras. Ou seja, se tudo der certo, os clientes poderão usar os pontos na compra de carros, por exemplo.

"São segmentos que nós ainda precisamos penetrar", afirma o presidente da companhia, Eduardo Gouveia.

Nos três últimos meses do ano passado, a Multiplus registrou lucro líquido de R$ 43,3 milhões, 2,8% abaixo dos ganhos apurados no terceiro trimestre (R$ 44,5 milhões).

Em três meses, a receita líquida da companhia subiu 58,2%, para R$ 205,6 milhões. Mas um aumento de 99,7% de custos e despesas comprimiram o resultado no campo operacional.

Em valores ajustados, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 46,2 milhões, 51,4% abaixo do montante dos três meses antecedentes. Nessa base de comparação, a margem do Ebitda ajustado cedeu 19,2 pontos percentuais, para 15,4%.

De acordo com o presidente da companhia, Eduardo Gouveia, a comparação trimestral foi comprometida por um efeito sazonal, já que o forte volume de campanhas promocionais da TAM durante a baixa temporada permite um aproveitamento maior dos pontos nas compras de passagens aéreas, o que favorece as margens operacionais da Multiplus.

Dessa forma, no quarto trimestre - marcado pelo início da alta temporada em dezembro -, o custo dos resgates de pontos de passagens aéreas subiu 90,5% ante os três meses antecedentes, chegando a R$ 131,8 milhões.

"Essa é uma comparação ingrata para nós", afirma Gouveia, que prefere destacar o resultado do acumulado do ano, que mostra um lucro de R$ 118,4 milhões.
"Superou nossas expectativas", diz o executivo, acrescentando que o faturamento com a venda de pontos no ano passado, de R$ 1,12 bilhão, também surpreendeu.

No entanto, como a Multiplus se tornou uma empresa operacional apenas em janeiro de 2010, após uma reestruturação societária na TAM, não é possível traçar comparações anuais.

Outros fatores que influenciaram o resultado operacional, explica Gouveia, foram os aportes mais agressivos em marketing - de quase R$ 10 milhões nos últimos três meses do ano - e em tecnologia, dentro de um acordo com a Redercard para permitir a acumulação de pontos com o uso dos equipamentos de captura da empresa de cartões de pagamento.

Além disso, a Multiplus fez uma mudança na metodologia do cálculo do chamado "breakage", que corresponde a pontos que expiram sem resgate. A base de cálculo caiu de 24 para 12 meses, o que resultou em um maior saldo de pontos a serem resgatados e, consequentemente, em uma redução no Ebitda ajustado. Sem essa mudança, o Ebitda seria de R$ 64,5 milhões, afirma Gouveia.

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