14 de fev. de 2011

LUCRO DA CAIXA SOBE 25% E VAI A R$ 3,8 BILHÕES

jornal DCI 14/02/2011 - Flávia Milhassi

A Caixa Econômica Federal fechou o ano de 2010 com lucro líquido de R$ 3,8 bilhões, o que representa um crescimento de 25,5% em relação ao mesmo período de 2009. No quarto trimestre, o resultado foi de R$ 1,3 bilhão alta de 36,9%, frente aos R$ 965 milhões apresentados no mesmo período do ano anterior. No comparativo dos três meses anteriores o índice de crescimento da Caixa chegou a 80%.

O bom desempenho foi impulsionado pelas operações de crédito concedidas pelo banco público ao longo do último ano, que atingiram R$ 194 bilhões, alta significativa frente aos R$ 124,7 bilhões obtidos em 2009. A carteira de empréstimo fechou dezembro de 2010 com saldo de R$ 175,8 bilhões, um aumento de 41,3%. O resultado alavancou em 17,4% os ativos consolidados do banco, que, em dezembro de 2010, atingiu o montante de R$ 400,6 bilhões.

Em entrevista coletiva na última sexta-feira, a presidente da instituição, Maria Fernanda Ramos Coelho, afirmou que o recorde na concessão de crédito deveu-se a política adotada pela Caixa para ampliar sua participação no mercado. A responsável informou ainda a perspectiva de crescer 30% a carteira de crédito neste ano.

O patrimônio líquido contabilizado no final do ano passado ficou em R$ 15,4 bilhões, crescimento de 17% em relação a 2009. O retorno sobre o patrimônio líquido médio foi de 26,3% - 3,1 ponto percentual maior - ante os 23,2% apurados no final de 2009. Já o patrimônio de referência atingiu R$ 32,6 bilhões. A receita de prestação de serviços apontou um crescimento de 16,8%, que segundo os executivos da caixa foram reflexo de um volume maior de serviços direcionados aos clientes da Caixa.

Em relatório, a instituição divulgou que o número de clientes da instituição chegou a 52,8 milhões e que conta com 40 mil postos de atendimento para suprir essa demanda. A Caixa informou também que superou o número de 40 milhões de contas de poupança, que acolhe mais de R$ 129 bilhões em depósitos. Segundo o vice-presidente da Caixa, Jorge Hereda, os números consolidam a iniciativa da instituição em levar a bancarização à população de baixa renda brasileira. "Levamos os serviços bancários com a Conta Fácil Caixa - para população de baixa renda - a 1 milhão de brasileiros", enfatiza o executivo. A meta para este ano é abrir 200 novos pontos de atendimento pelo País.

A captação líquida com essas contas atingiu R$ 13,2 bilhões, o que manteve a instituição na liderança com 34,2% do mercado. O índice de Basileia terminou o ano em 15,4%, menor que em 2009, mas acima da média de 11% exigida pelo Banco Central (BC).

O saldo da carteira de crédito comercial alcançou R$ 55,4 bilhões, alta de 23,4% frente a dezembro de 2009. O segmento de pessoas jurídicas obteve saldo de R$ 28,5 bilhões e o de pessoas físicas, R$ 26,9 bilhões, crescimentos de 21,2% e 25,7% no ano, respectivamente.

Financiamento habitacional

A carteira de crédito habitacional superou as expectativas e bateu recorde no ano passado e ajudou a impulsionar o crescimento de 25,5% da Caixa. O banco superou o volume de contratações em 57,2% dos financiamentos habitacionais em relação a 2009, atingindo montante de R$ 77,8 bilhões de créditos concedidos para pessoa física e jurídica para aquisição da casa própria. No acumulado de 2010 o saldo foi de R$ 108,3 bilhões, o que corresponde a 76,05% deste segmento no mercado, aumento de 1,14 ponto percentual em 12 meses. Do valor total de financiamentos, R$ 27,7 bilhões foram realizados com recursos da poupança (SBPE), responsáveis por 203.931 unidades habitacionais, e R$ 31 bilhões com linhas do FGTS, com 389.675 moradias. Outros R$ 6,3 bilhões foram destinados para subsídios e R$ 10,7 bilhões para arrendamentos residenciais

Com a criação do Programa Minha Casa, Minha Vida e com os subsídios do Governo Federal, só no ano passado houve um crescimento de 61,4% nos contratos firmados, o que resultou em 661 mil moradias financiadas pela Caixa Econômica Federal e em 1 milhão de novos contratos e montante de R$ 75,2 bilhões movimentados no ano passado.

Segundo o vice-presidente Jorge Hereda, "esses dados colocam o País em um patamar propício ao combate do déficit habitacional". Para confirmar esse potencial, a Caixa usou como comparativo a evolução do setor desde o ano de 2003. Enquanto neste ano os contratos de financiamentos assinados eram de pouco mais de 251 mil, em 2010 chegaram a mais de um milhão, o que representa 75,2% do mercado. Só os contratos firmados via o programa Minha Casa Minha Vida somaram mais de 660 mil.

Dos contratos firmados, 57% foram feitos pela população cuja renda mensal não ultrapassa três salários mínimos. Segundo Hereda, "são mais de 91 mil famílias que conseguiram adquirir sua casa própria com a ajuda do Minha Casa Minha Vida".

Segundo a presidente da Caixa, é esperado para este ano a entrega de 573 mil moradias só pelo Minha Casa Minha Vida. A executiva afirmou também que quando a Caixa foi procurada para ajudar o governo no combate a déficit habitacional, era esperada uma colaboração de 14% neste déficit e que isso será superado neste ano.

Quando questionada sobre eventuais problemas com os participantes do projeto habitacional surgidos recentemente, como a aquisição de bens por pessoas de renda muito superior aos 10 salários mínimos propostos pelo programa, a executiva informou que a Caixa zela pela transparência de seus contratos. "Temos tudo isso às claras, nossa superintendência se preocupa em verificar as informações para evitar este tipo de problema", explicou. Para 2012 a previsão é entregar mais 12 mil imóveis.

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