jornal Valor Econômico 28/02/2011 – Janes Rocha
O mercado brasileiro de seguros poderá elevar o peso na economia dos atuais 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para até 10% em 2020, aposta Marco Antonio Rossi, presidente do grupo Bradesco Seguros. As grandes oportunidades de expansão, segundo o executivo, estão nos seguros residenciais, saúde e nos seguros populares, com preços mais baixos para coberturas mais restritas. Só 16% da população têm seguro residencial", disse Rossi, lembrando que o segmento cresceu 58% no ano passado.
Na área de saúde há um universo de quatro milhões de pequenas e médias empresas que têm buscado planos de saúde em um esforço para reter mão de obra especializada. Segundo ele, o Bradesco voltou seu foco para as pequenas e médias empresas há três anos com um plano de saúde simplificado, com cobertura regionalizada e custos reduzidos.
Nos seguros populares, diz Rossi, o potencial está relacionado ao crescimento econômico e à distribuição de renda que favoreceu as classes C e D. "Temos feito um trabalho de criar produtos específicos, com uma comunicação mais simples", disse o presidente da Bradesco Seguros. "A estratégia é trazer para o mundo dos seguros esse novo consumidor". Nesse segmento, a Bradesco tem hoje 600 mil segurados em coberturas de vida e auxílio funeral, com preço médio de R$ 5,00. No entanto, o ritmo de expansão do seguro popular tem sido mais lento porque depende de mudanças na regulamentação que viabilizem um preço mais baixo para o consumidor final. Um projeto de lei encaminhado ao Congresso pelo Executivo, criando o microsseguro, está parado há quase dois anos.
Fazendo um balanço de dez anos da primeira grande reestruturação do grupo Bradesco, onde as atividades de seguros foram separadas em quatro empresas (ramos elementares, saúde, capitalização e vida e previdência), Rossi disse que o grupo cresceu 216% neste período em número de segurados, saindo de 11 milhões para 36 milhões de pessoas. As provisões saíram de R$ 13 bilhões para R$ 87 bilhões, e os ativos totais de R$ 18 bilhões para R$ 105 bilhões.
O carro-chefe da Bradesco - assim como de outras seguradoras ligadas aos grandes conglomerados bancários - são os seguros de vida e previdência, que respondem por R$ 30 bilhões das provisões do grupo. Rossi disse que a estratégia de crescimento continua voltada para "dentro de casa", já que apenas 40% dos clientes do banco têm seguros de vida e previdência da empresa.
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