portal Folha Online 24/02/2011 - Carolina Matos
A MetLife, maior empresa do mundo em seguro de vida e com sede nos EUA, está em oitavo lugar no ranking brasileiro e quer ganhar mercado.
Uma das estratégias é aumentar a clientela em pequenas e médias empresas, de 50 a 500 funcionários. As regiões Centro-Oeste e Nordeste são apontadas como as mais promissoras para a companhia.
Produtos de seguro massificado, para as classes C e D, com coberturas pontuais --como acidentes pessoais e internação hospitalar-- e custo mensal menor, em torno de R$ 12, também estão no foco da empresa neste ano.
A seguir, trechos da entrevista exclusiva à Folha de Hélio Kinoshita, presidente da MetLife no Brasil, que divulga hoje o balanço de 2010:
AUMENTAR PARTICIPAÇÃO
Uma das nossas apostas de crescimento nos próximos anos é em pequenas e médias empresas, de 50 a 500 funcionários. Houve aumento do emprego com carteira assinada e do interesse das companhias em oferecer benefícios, como seguro de vida e seguro odontológico, para reter funcionários.
Hoje, temos 6% de participação no segmento de pequenas e médias empresas no país e queremos chegar à faixa de 12% a 15% em 2014.
Nesse projeto, Centro-Oeste e Nordeste são regiões promissoras. Queremos ampliar a atuação nesses locais.
Abrimos, em janeiro, a filial de Goiânia --entre as 28 que temos espalhadas pelo país--, que será a nossa unidade estrategicamente posicionada para atender todo o Centro-Oeste, exceto Brasília, que tem filial própria.
Inicialmente, iremos explorar o CO através de relacionamento com corretores de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. No NE, nosso gerente regional fica em Salvador, sendo responsável pelos escritórios de Recife e Fortaleza.
Além disso, queremos aumentar as parcerias com associações de classe.
Aquisições de empresas --de médio ou grande porte-- ou carteiras de seguros também são possíveis oportunidades de crescimento no país.
SEGURO MASSIFICADO
Os seguros massificados, para as classes C e D, são outra vertente de expansão da MetLife no Brasil, especialmente após a aquisição, no exterior, da Alico, em novembro de 2010, por US$ 15 bilhões, que tem grande conhecimento desse tipo de produto.
São seguros de cobertura mais pontual, como acidentes pessoais e diárias de internação hospitalar, com custo mensal mais baixo, em torno de R$ 12.
Fechamos parcerias, em 2009 e 2010, com a Oi e a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) e já começamos a oferecer esse tipo de seguro ao cliente via boletos de cobrança dessas companhias. Assim, não é preciso ter conta bancária.
Quando a legislação do microsseguro estiver aprovada no país, com questões importantes equacionadas, como o imposto cobrado sobre o seguro, temos interesse em desenvolver também esses produtos, que são ainda mais pontuais --como o seguro-funeral-- e baratos, em torno de R$ 3 a R$ 4 por mês.
MULTINACIONAIS
A compra da Alico no exterior abriu, ainda, outra vertente de expansão da MetLife no Brasil: a possibilidade de oferecer soluções globais de seguro a empresas brasileiras que são multinacionais.
Ou seja, a partir de agora, podemos oferecer um seguro com cobertura global.
Com aquisição, a MetLife passou a atuar em 60 países, adicionando mais de 20 milhões de clientes da Alico à carteira da companhia que, hoje, tem 90 milhões de vidas seguradas.
RESULTADOS 2010
No Brasil, tivemos um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) de R$ 53,9 milhões, 19% menor que em 2009.
Essa queda aconteceu em função de investimentos que fizemos ao longo do ano passado em novos canais de venda, como os da Oi e da CPFL. A dinâmica de negócios é de longo prazo e exige investimentos altos.
Já nosso faturamento em prêmios retidos em 2010, de R$ 627 milhões, foi 12% maior que o de 2009. E temos crescido, em média, 17% ao ano nos últimos cinco anos.
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