jornal DCI 23/02/2011 - Eduardo Puccioni e Agencia Estado
O Itaú Unibanco encerrou 2010 com o maior lucro já registrado por um banco brasileiro. No período, a instituição financeira obteve lucro líquido R$ 13,3 bilhões, um crescimento de 32,3% em comparação com o mesmo intervalo do ano anterior, quando o lucro havia sido de R$ 10 bilhões. O lucro líquido recorrente foi de R$ 13 bilhões no ano passado.
"O lucro líquido considera o impacto líquido de efeitos fiscais da reversão parcial da provisão adicional para créditos de liquidação duvidosa de R$ 1 bilhão, e de constituições e reversões de provisões para contingência de caráter não recorrente de R$ 700 milhões", explicou o comunicado divulgado pelo Itaú Unibanco.
O banco informou que registrou lucro líquido de R$ 3,8 bilhões no quarto trimestre de 2010, o que indica uma alta de 21% ante o mesmo período do ano anterior. Já o lucro líquido recorrente foi de R$ 3,4 bilhões no período, elevação de 20,87%.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado fechou o trimestre passado em 26,3%, ante 25,8% em igual intervalo de 2009. A receita bruta da intermediação financeira do banco ficou em R$ 9,5 bilhões, ante R$ 8,2 bilhões no terceiro trimestre.
A instituição financeira finalizou dezembro do ano passado com a carteira de crédito em R$ 335,5 bilhões, representando uma elevação de 20,5% se comparado com o mesmo período de 2009. Porém, Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, projeta um crescimento menor para 2011. "O crédito deve crescer entre 15% e 20% neste ano", disse.
O destaque da carteira de crédito por elevação percentual em 2010 foi o crédito imobiliário, que cresceu 55,7%. Entretanto, o volume financeiro na categoria foi de apenas R$ 8 bilhões.
Setubal mostrou muito interesse em explorar um pouco mais esta categoria de crédito em 2011. "Crédito imobiliário no Brasil corresponde a 3% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto em outras países chega a 20% do PIB. Isso significa que existe um grande espaço para crescimento", avalia o presidente da instituição.
O segundo melhor crescimento veio por meio do crédito às pequenas e médias empresas, que encerrou 2010 com elevação de 31,2%, saindo de R$ 63,3 bilhões para R$ 83,1 bilhões. "Isso foi possível por conta da estabilidade econômica brasileira", acrescentou Roberto Setubal.
Crédito pessoal finalizou dezembro do ano passado em R$ 23,9 bilhões, um crescimento de 16% sobre os R$ 20,6 bilhões apurados ao final do mesmo período do ano anterior. "O crédito para pessoa física deve ser um pouco mais fraco em 2011, porque a economia vai crescer um pouco menos", diz o presidente do Itaú.
O Itaú Unibanco bateu outra marca histórica em 2010. Os recursos próprios livres, captados e administrados atingiram o saldo de R$ 1 trilhão em dezembro. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve expansão de 18,3%. Este total inclui R$ 317,7 bilhões de depósitos e captações com clientes, R$ 363,8 bilhões de fundos de investimentos e carteiras administradas e R$ 329,7 bilhões em recursos de previdência, operações compromissadas, capital de giro próprio e outras captações realizadas pela instituição.
O banco encerrou o ano passado com ativos totais de R$ 755,1 bilhões, uma expansão de 24,1% em 12 meses. O patrimônio líquido atingiu R$ 60,9 bilhões, um valor 20,1% maior que o registrado no mesmo período de 2009.
Comparativo
A distância entre o Itaú Unibanco e o Bradesco voltou a se ampliar na comparação por ativos. No quarto trimestre de 2010, o Itaú estava à frente de seu concorrente em R$ 117 bilhões, acima do trimestre anterior (R$ 74 bilhões) e do mesmo período de 2009 (R$ 102 bilhões). Ao se distanciar do Bradesco, o Itaú se aproximou do Banco do Brasil, maior instituição da América Latina. A diferença entre os dois caiu de R$ 100 bilhões para R$ 56 bilhões.
O Itaú ficou com o maior lucro entre os grandes bancos em 2010, considerando os resultados recorrentes e no padrão contábil brasileiro, inclusive no caso do Santander que divulgou os resultados nos dois padrões. O ganho foi de R$ 13,0 bilhões, superando o Bradesco (R$ 10,0 bilhões), BB (R$ 10,7 bilhões) e Santander (R$ 3,9 bilhões). No quarto trimestre, porém, o BB apresentou o maior resultado, de R$ 3,7 bilhões ante R$ 3,4 bilhões do Itaú.
O Itaú e o Bradesco tiveram desempenhos semelhantes no crédito. O primeiro teve crescimento de 20,5% na carteira total em 12 meses e de 7,1% no trimestre. Já o Bradesco apresentou alta, respectivamente, de 20,2% e 7,3%. O BB cresceu menos nos dois períodos (19,1% e 5,5%). Quando o BB anunciou seus resultados, seu presidente, Aldemir Bendine, disse que esse movimento é natural e esperado, pois na época da crise o BB manteve presença forte no mercado de empréstimos enquanto os dois bancos privados se retraíram.
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