2 de fev. de 2011

LUCRO DE EMPRESAS DE CARTÃO DEVE TER QUEDA


jornal DCI 02/02/2011 - Flávia Milhassi


Mesmo com um quarto trimestre aquecido no setor de cartões de crédito, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), que recentemente apontou crescimento de 18,3% no faturamento das operações de crédito e 26,4% nas de débito, a previsão de analistas é de que Cielo e Redecard - detentoras de 90% do mercado nacional - apresentarão queda em seu lucro até 2012.

Segundo relatório com as expectativas para o quarto trimestre das duas empresas apresentado pela Corretora Spinelli, a Redecard é a que mais sentirá os efeitos da entrada de novos players no mercado de cartões e das mudanças propostas pelo Banco Central em novembro passado, como o aumento do pagamento mínimo das despesas com cartão. A corretora projeta que a Redecard terá um lucro líquido de R$ 1,392 bilhão no acumulado de 2010; no quarto trimestre do ano passado esse valor pode ter atingido R$ 342 milhões.

O valor já mostra uma estabilidade frente aos R$ 1,396 bilhões apresentados em 2009. As projeções para 2011 e 2012 não são as melhores. Para este ano a Spinelli prevê um ganho líquido de R$ 1,234 bilhões. Já no próximo ano, a queda se acentua e é previsto um lucro líquido de R$ 1,197 bilhão em doze meses.

Para a Cielo haverá queda também, mas os resultados no quarto trimestre serão mais satisfatórios do que os de sua concorrente.

Ainda segundo dados da Corretora Spinelli, o lucro líquido da empresa chegará a R$ 440 milhões. No acumulado do ano, o montante atingirá R$ 1,827 bilhão. Em comparação com 2009, a Cielo apresentou bom desempenho e aumentou seu lucro líquido em quase R$ 300 milhões.

Para o ano vigente é esperada uma queda significativa, com lucro líquido estimado em R$ 1,729 bilhão. Só em 2012 a empresa poderá respirar aliviada, e pode apresentar crescimento do lucro líquido, que pode chegar a R$ 1,735 bilhão nos doze meses.

O relatório é assinado pelos analistas Kelly Trentini, Erika Mudalen, Kleber Hernandez, Max Bueno e Daniel Malheiros.

Em relatório enviado pela Corretora Fator e assinado pelos analistas Jacqueline Lison, Matheus Renault e Luís Guilherme Fonseca, o resultado menor é consequência do aumento do pagamento mínimo das faturas e do aumento das taxas cobradas pelas credenciadoras.

A expectativa para a operadora de cartões Redecard é de aumento de 29 % nas operações de crédito e 30% a mais no volume de operações via débito. O lucro líquido da empresa não terá aumento maior do que 0,9% no quarto trimestre, apontam os analistas da Corretora Fator.Ainda segundo os analistas, mesmo com transações que crescem acima da média do mercado, as negociações de taxas com redes varejistas esfriaram a expansão da receita.

A Fator projeta ainda uma margem de lucro bruto de 60,4% no quarto trimestre, só que o índice é 11,7 pontos percentuais abaixo para o acumulado do ano e 1,3 no comparativo entre trimestres.

Para a Cielo, também é esperado um incremento do número de transações ao longo do ano. O volume para operações de crédito poderá crescer 19,7%, nas de débito, o aumento pode ser 24,2%.

A empresa também apresenta-se em negociação sobre a cobrança de taxas com as redes varejistas que atende, mas mostra-se mais adiantada que sua concorrente, pois no último trimestre fechou acordos com o banco Safra e com a Caixa Econômica Federal.

A Fator estima um aumento de 10,4% na receita líquida da Cielo, índice este bem abaixo do crescimento apresentado em trimestres anteriores. É esperada também queda de 5,4 pontos percentuais na margem de lucro da empresa neste quarto trimestre. 


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