7 de fev. de 2011

CSU É APROVADA PELA MASTERCARD NA "ADQUIRÊNCIA"

jornal Valor Econômico 07/02/2011 - Adriana Cotias

A CSU CardSystem recebeu homologação da MasterCard para prestar serviços de captura, liquidação e processamento de transações com cartões para o Banrisul. A partir do acordo com o banco, a empresa estreia na terceirização de serviços para o chamado negócio de "adquirência", que abrange toda a cadeia envolvida para validar uma compra feita pelos meios eletrônicos de pagamento. Isso significa que, a partir de março, a rede CSU já estará presente nos 75 mil estabelecimentos credenciados pelo Banrisul para receber a sua bandeira própria, a Banricompras, bem como os cartões com a marca MasterCard, segundo prevê o presidente da CSU, Marcos Ribeiro Leite. A instalação dos POS (as maquininhas que leem os cartões) continuará sob responsabilidade do Banrisul.

Embora o arranjo se assemelhe, em alguma medida, ao da processadora gaúcha GetNet com o Santander, o executivo explica que no acordo com o Banrisul não há amarras societárias - a GetNet tem uma "joint venture" com o banco espanhol, enquanto Cielo tem Bradesco e Banco do Brasil como sócios e o Itaú é dono da Redecard - nem cláusulas de exclusividade. Por isso, a ideia é estender a proposta da nova área para outras instituições financeiras, companhias de varejo, além dos como novos "players" internacionais, que têm flertado com o mercado brasileiro.

Direto de Atlanta, nos Estados Unidos, já confirmaram presença no Brasil a Elavon, que desembarca no país por meio de uma "joint venture" com o Citi, e a Global Payments, que ainda não anunciou casamento com nenhum banco, pré-condição das bandeiras para que uma empresa atue no ramo de captura, processamento e liquidação de transações com cartões.

Para Leite, esses são alguns exemplos de que o mercado brasileiro de cartões está em plena ebulição e que, em alguns anos, vai comportar cerca de duas dezenas de competidores. E os novos participantes serão alvo da oferta de serviços de adquirência feita pela CSU, área que demandou investimentos de R$ 40 milhões de 2008 para cá. "A terceirização dispensa investimentos maciços na estrutura tecnológica, garante a escala e assegura rapidez para colocar a operação de pé", diz Leite. "Para quem quiser entrar, a CSU estrutura a operação em 90 dias, mas quem fizer sozinho vai demorar três ou quatro anos, só que até lá esse jogo acabou."

No primeiro trimestre também começam os trâmites para a CSU habilitar os seus serviços de adquirência junto à Visa. Como o processo é semelhante ao adotado pela MasterCard, no que diz respeito a testes de segurança, performance e de prevenção a fraudes, Leite não vê entraves à certificação, com o sinal verde dependendo mais das tratativas comerciais entre o Banrisul e a bandeira. Isso porque é o banco emissor ou a companhia que efetivamente atua no credenciamento que indicam a empresa de processamento para as bandeiras.

Como empresa terceirizada em serviços de emissão de cartões, a CSU já é certificada pela MasterCard, Visa e Amex há cerca de 15 anos, mas agora está abrindo o leque. O plano, de acordo com Leite, é ter mais da metade do mercado também em adquirência, considerando-se as instituições que não estão casadas com Cielo ou Redecard. A meta é ter até o fim do ano de três a cinco novos negócios.

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