3 de jan. de 2011

BANCO AJUDA CLIENTE A ORGANIZAR FINANÇAS

jornal Folha de S. Paulo 03/01/2010 - Toni Sciarretta

O Itaú Unibanco, segunda maior instituição financeira do país, quer ajudar os clientes a organizar melhor o orçamento doméstico, uma das maiores dificuldades das pessoas na hora de tomar as rédeas das finanças pessoais.

A ideia é fazer a ferramenta já existente de API (Análise do Perfil de Investidor), que permite aos clientes adequar as aplicações ao seu perfil de risco, "conversar" com os registros de débito automático, compensação de cheques, transferências, contas de serviços públicos, boletos, débitos eletrônicos e gastos nos cartões crédito.

"A maioria das pessoas sabe quanto dinheiro tem e onde ele está aplicado. Mas poucas sabem quanto gastam com supermercados, restaurantes e presentes. É aí que temos um campo enorme para ajudar o cliente a investir mais", disse Osvaldo Nascimento, diretor de investimentos do Itaú Unibanco.

Com a popularização dos pagamentos eletrônicos, poucas são as transações em dinheiro que os bancos não conseguem identificar.

Mesmo os cheques e as transferências bancárias costumam ser identificadas.

ORÇAMENTO

Desde 2009, os sistemas da maioria dos bancos já conseguem identificar e classificar com precisão as transações financeiras, permitindo ao cliente organizar "retroativamente" o orçamento.

Segundo Nascimento, o Itaú tem tecnologia e ferramentas para o cliente compreender para onde vai o dinheiro e como poderá criar um plano de investimento factível para longo prazo.

"O próximo passo do API é ajudar o cliente a controlar as despesas", disse.

No Bradesco e no Santander, os clientes também conseguem recuperar com facilidade os registros de pagamentos na conta-corrente e nos cartões de crédito para alimentar planilhas e softwares de gestão de orçamento.

Desde 2010, os bancos adotam as chamadas regras de "suitability", conjunto de procedimentos de adequação da venda de investimentos para cada tipo de cliente.
O objetivo é preparar o investidor brasileiro para o cenário de juros menores no longo prazo, que implicará a migração das aplicações de menor risco para outras com maior percentual de ações.

As regras foram adotadas pelos bancos com base em um acordo de autorregulação discutido desde 2007.

O acordo evita que o gerente do banco "empurre" investimentos inadequados ao cliente por conta de eventuais necessidades de captação de recursos ou do interesse comercial da instituição.

O principal instrumento da análise é um questionário, que procura avaliar a tolerância a risco e o horizonte de investimento. As respostas são confrontadas com as aplicações financeiras que o cliente mantém no banco.

De cara, os bancos e os clientes descobriram que a maioria estava com aplicações "desenquadradas".

Por falta de orientação ou de conhecimento, muitos assumiram mais risco de perder dinheiro do que precisavam ou perderam uma oportunidade de obter um retorno maior nas aplicações.

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