9 de ago. de 2011

APOSENTADO USA MAIS EMPRÉSTIMO CONSIGNADO E DEIXA CARTÃO DE CRÉDITO

jornal Folha de S. Paulo 08/08/2011

Aposentados do INSS que precisam de dinheiro emprestado estão apostando mais no empréstimo consignado e deixando de lado as operações com cartão de crédito, também na modalidade com desconto direto no benefício.

No primeiro semestre deste ano as operações só com o empréstimo pessoal tiveram alta de 6,14% na comparação com o mesmo período de 2010, passando de 5,55 milhões para 5,89 milhões.

Em valores, o aumento alcançou 9%. No primeiro semestre de 2010 foram contratados R$ 13,6 bilhões na modalidade. No mesmo período deste ano, a cifra chegou a R$ 14,8 bilhões.

Já o uso do cartão para tomar crédito caiu quase 60%, passando de 89.384 operações para apenas 36.419. Em valores, a queda foi de 58%, passando para R$ 54 milhões.

O INSS não tem explicações para essa queda em uma modalidade mais prática, já que, ao contrário do empréstimo, o crédito por meio do cartão não exige que o aposentado vá até o banco para conseguir o dinheiro.

Entretanto, como as taxas são menores -3,36% ao mês, no máximo, contra até 2,34% no consignado- é possível pressupor que os aposentados estão trocando comodidade por economia.

O uso do cartão ainda deverá cair mais, já que o Banco Central decidiu equiparar essas operações aos demais empréstimos com desconto em folha para reduzir essas operações. Os bancos que concederem esse crédito em operações com prazo superior a 36 meses terão de ter uma reserva maior de capital para assegurar o empréstimo.

Significa que o banco, com o mesmo capital, terá menos recursos para emprestar, o que reduz margem oferecida aos clientes, diminuindo prazos ou elevando custo do crédito, o que pode levar o aposentado a optar ainda mais pelo empréstimo pessoal.

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