29 de ago. de 2011

ELAVON QUER FATIA DE 15% DO MERCADO ATÉ 2015

jornal DCI 26/08/2011 – Marcelle Gutierrez

Apesar da abertura do mercado de cartões a novos concorrentes em julho de 2010, quando ocorreu o fim da exclusividade entre credenciadoras e bandeiras, a Redecard e Cielo mantiveram a participação de quase 100% do segmento. A partir de 2012, começa a operar uma nova concorrente: a norte-americana Elavon. Com a meta de conquistar 15% do setor de credenciamento até 2015, captura e processamento de transações via cartões, o grupo finaliza sua estruturação de maneira diferenciada das rivais, como capacidade global de processamento, produtos segmentados para o varejo e independência das instituições financeiras.

O interesse no mercado brasileiro é justificado pelos números recentes da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), que demonstra que o faturamento estimado nos sete primeiros meses do ano foi de R$ 356,7 bilhões. Somente o mês de julho arrecadou R$ 54,8 bilhões, acréscimo de 20% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O presidente da Elavon, Antônio Castilho, explica que há a necessidade de definir as características do negócio de forma cautelosa e eficaz, pois durante 15 anos as duas grandes companhias se estruturaram junto com o mercado de cartões. "Somos a primeira empresa a se estabelecer [após abertura do mercado] formalmente. Nós chegamos com cultura e apoio numa visão global."

Como primeiro diferencial, Castilho cita a capacidade global de processamento, ao trazer conhecimento e tecnologia mundial para o país e atuação na gestão de clientes mundiais. "As empresas aqui são nacionais. Mas há empresas que operam de forma multinacional. Então nós iremos fornecer serviços de e em outros países." A Elavon está presente em 30 países, é a segunda maior empresa do setor nos Estados Unidos e realiza 2,8 bilhões de transações por ano.

Outro benefício proporcionado por ser uma empresa internacional, segundo o presidente, está na capacidade de operar em 30 países com o mesmo modelo interligado. "O número de operações globais supera o das duas companhias que atuam no Brasil juntas. Vamos trazer experiência de outros países. Por exemplo, somos a maior adquirente do mundo na área de companhias aéreas. Vamos trazer para as companhias nacionais e internacionais uma série de conhecimentos."

O investimento em equipe qualificada também faz parte das estratégias para se diferenciar diante das concorrentes. Para isto, a diretoria da Elavon será composta por profissionais brasileiros que já atuaram na área. O presidente trabalhou na Cielo e o vice-presidente de Negócios, David Zini, foi diretor-regional e de varejo da Redecard. Nas outras áreas ainda há executivos da GetNet, que faz parte do Santander, Votorantim e Itaú. "Teremos o nosso próprio modelo, mas com a diversidade e melhor experiência."

Para o professor da Escola de Negócios Anhembi MorumbiOsmar Visibelli, a vantagem da entrada de uma nova empresa no setor de credenciadoras está na competividade. "Para as lojas acrescenta vantagens competitivas, com novos processos e maneiras de formar uma carteira de clientes." Segundo Visibelli, a Elavon deve movimentar o mercado, já que Redecard e Cielo não aceitarão perder espaço e vão apresentar estratégias mais fortes.

O enfoque no lojista do varejo também é uma das soluções para melhor posicionamento no Brasil. O presidente Antonio Castilho explica que a oferta será de produtos e serviços segmentados. "Atualmente, a oferta é limitada, com pequenas variações para cada estabelecimento. Nós vamos trabalhar o diferencial e com produtos complementares, como relatório de gestão de negócios."

No que se refere a parcerias com instituições financeiras para a movimentação das contas dos comerciantes, Castilho afirma que será independente. "O lojista poderá optar pelo banco de sua preferência." No quadro de acionistas, a Elavon possui o Citibank, já que é uma joint venture entre a Elavon Inc e o Citi/Credicard.

Com início das operações em janeiro de 2012, a companhia inaugura nessa sexta-feira o escritório comercial e em 60 dias a área operacional. De acordo com Castilho, as parcerias com lojistas iniciam a partir deste prazo. "Pelo menos cinco anos para estabelecer completamente."

Telecomunicação é obstáculo para melhor serviço


Para o professor da Anhembi MorumbiOsmar Visibelli, os pequenos comerciantes têm mais benefícios com a entrada de uma nova concorrente no mercado de credenciadoras. - Para ele, a vantagem está na melhor qualidade de máquinas e da assistência técnica para a conquista de clientes. "Se oferecer um serviço de qualidade, nem precisa mexer muito nas taxas cobradas dos comerciantes, porque este é o ponto mais fraco destas empresas."

Ao ser questionado sobre o assunto, o presidente da Elavon, Antônio Castilho, diz que há investimentos no serviço. "A grande empresa necessita de maior número de visitas, mas isso não significa que será melhor. Vamos criar diversos níveis de atendimento."

No entanto, o executivo relembra o problema rotineiro de infraestrutura de telecomunicações no Brasil, que impede uma prestação de serviço de melhor qualidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

kkkk, falaram demais e não chegaram nem a 1% de market share.
Essa Elavon é cheia de marketeiros, isso sim