3 de fev. de 2011

REDECARD QUER MAIS 240 MIL CLIENTES EM 2011, DIZ PRESIDENTE

portal Folha Online 03/02/2011 - Mariana Schreiber

O presidente da Redecard Roberto Medeiros afirmou nesta quinta-feira que a empresa deve conquistar pelo menos mais 240 mil clientes neste ano. Em 2010, a empresa credenciou 480 mil novos varejistas. Já o volume transacionado pela empresa em cartões de crédito e débito deve crescer ao menos 20% -- que é a média esperada pelo setor.

A credenciadora de cartões anunciou hoje um lucro líquido de R$ 348,7 milhões no quatro trimestre de 2010, queda de 13,4% na comparação com o mesmo período de 2009 e alta de 7,6% sobre o trimestre imediatamente anterior. Em todo o ano passado, o lucro líquido foi de R$ 1,4 bilhão, crescimento de 0,3% ante 2009.

Em um novo ambiente de competição no setor a margem líquida caiu de 45,4% em 2009 para 41,2% em 2010. O que provocou a queda foi o aumento dos custos da empresa com contratação de novos funcionários e marketing. Em julho do ano passado a exclusividade com as bandeiras de cartões terminou, dando início a uma nova era de competição no setor. Redecard e Cielo passaram a investir mais em marketing, oferecendo descontos e prêmios para fidelizar lojistas.

"Não acho que termos margens como em 2008. O ambiente é outro. Apesar do aumento da competitividade, a margem vai parar de cair no segundo trimestre por causa do crescimento do mercado. Apenas 23% do consumo das família brasileiras é pago com cartão. Nos Estados Unidos esse percentual é de 45%."

Além disso, impactou na margem a redução do valor cobrado no aluguel dos terminais e das taxas cobradas dos lojistas por operação.

A Redecard e sua principal rival, Cielo, foram por cerca de 15 anos as únicas a operar com as bandeiras Mastercard e Visa, respectivamente, no mercado brasileiro.
A taxa média cobrada dos lojistas em operação dos cartões de crédito continuou a cair no quarto trimestre, chegando a 1,22% ante 1,37% no trimestre anterior. Com isso, a taxa média cobrada em 2010 ficou em 1,34%, bem abaixo da de 2009 (1,47%).
Na prática, a taxa ficou em média com 1,32% por operação no ano passado. A diferença foi repassada para bancos parceiros.

A expectativa de Medeiros é que esse número continue caindo no próximo trimestre e se estabilize no seguinte devido a estabilização dos preços cobrados dos lojistas e da redução dos custos operacionais da empresa que devem voltar a cair.

Medeiros afirma que as taxas cobrada dos lojistas devem continuar caindo até um certo ponto. "Só baixar preço não é nossa estratégia. A gente vai continuar investindo em serviços para o lojista, como antecipação de pagamentos, recarga de celular [pelo terminal, chamado de POS], entre outros", disse Medeiros que ressaltou ainda ser um desafio o aumento da base de clientes (lojistas).

NÚMEROS

A empresa capturou R$ 57,2 bilhões em transações com cartões de crédito e débito no último trimestre do ano, representando um aumento de 30,1% sobre o registrado no mesmo período de 2009 e de 26,2% sobre o o terceiro trimestre.

Em comunicado, informa que "preparou-se para a abertura de mercado e como resultado obteve sucesso na captura das transações de débito e crédito da bandeira Visa a partir de 1º de julho de 2010".

A receita operacional líquida foi de R$ 886,7 milhões no trimestre, com um crescimento de R$ 17,9 milhões, ou 2,1%, em relação ao 4T09.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 548,7 milhões, recuo de 12,4% ante o quarto trimestre de 2009. No ano, houve crescimento de 0,8%, para R$ 2,22 bilhões.

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