3 de jan. de 2011

BANCOS CRIAM CONTA ESPECIAL PAR ACOMODAR A CLASSE MÉDIA ASCENDENTE

portal iG 03/01/2011 - Denyse Godoy

Nos últimos dois anos, no país, comemorou-se a entrada de dezenas de milhões de brasileiros na classe C, a chamada nova classe média, saindo da pobreza.

Entretanto, os que se encontravam, anteriormente, nessa camada intermediária de renda também viram as suas condições melhorarem bastante, e agora estão no topo do estrato, caminhando para virar elite. Compõem a classe média ascendente.

A tais consumidores não basta ter carro zero, poder financiar a casa própria, comprar eletrodomésticos de última geração e roupas de luxo. Quem sobe na escala social junto com a evolução recente da economia no país quer, ainda, gozar de um tratamento especial no banco.

Percebendo a demanda, as instituições financeiras, que possuíam basicamente apenas três tipos de conta para alojar os clientes –comum, cheque especial e VIP, fora o destinado aos milionários, bem mais acima– começaram a criar mais um para conseguir atender os desejos desse público, de rendimentos mensais entre R$ 4 mil e R$ 7 mil, aproximadamente.

“A classificação segue o momento de vida do correntista”, explica André Sapoznik, diretor do segmento Personnalité do Itaú Unibanco. Primeiro a identificar o movimento, o banco decidiu aproveitar produtos já existentes para focar com maior precisão os seus clientes.

O Personnalité, que antes da fusão das instituições era o topo do Itaú, ficou como a faixa mais elevada, e o Uniclass, anteriormente do Unibanco, passou a receber a classe média ascendente. “Falamos de alguém que está embalando na carreira, adquirindo o primeiro automóvel, o primeiro apartamento. Então, precisa de uma boa assessoria sobre crédito e investimento”, afirma Tadeu Sassi, diretor do Uniclass.

A ideia é oferecer os serviços adequados a cada grupo, o que significa inclusive dar treinamentos diferenciados aos gerentes. Os que tratam com correntistas que estão construindo o seu patrimônio devem usar uma linguagem mais simples na hora de abordar as alternativas de aplicações, por exemplo.

Outros bancos seguem a iniciativa. O HSBC estruturou a Advance com o mesmo espírito, e o Santander prepara a sua nova conta especial, mas faz suspense sobre a estratégia.

“A Van Gogh, que era a faixa de alta renda do Real, foi mantida [após a fusão do banco com a instituição espanhola]. Percebemos claramente que o avanço do país deixou os clientes mais informados e exigentes –querem serviços de qualidade superior, especialmente os correntistas da classe média emergente. Todos os bancos terão que evoluir nas segmentações”, diz Robert Wieselberg, superintendente executivo do Van Gogh, sem dar detalhes dos planos do Santander.

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