BANCOS MANTÊM ESTÁVEL EXPECTATIVA DE AVANÇO DO CRÉDITO AO CONSUMIDOR

portal InfoMoney 03/08/2011 - Diego Lazzaris Borges

Os bancos mantiveram estável a expectativa para o avanço do crédito ao consumidor neste ano, segundo dados divulgados pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) nesta quarta-feira (3).

De acordo com a entidade, os bancos esperam que o crédito às pessoas físicas cresça 15,4% neste ano, mesmo percentual da última pesquisa, divulgada em junho.

No ano passado, essa modalidade cresceu 18,8% e, de acordo com os bancos, ela deve evoluir 14,8% em 2012, segundo a pesquisa de Projeções e Expectativas de Mercado.

De acordo com o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, esta estabilidade já era esperada e mostra que o cenário não mudou muito em relação às últimas expectativas divulgadas pela entidade.

“Esta estabilidade era algo que já esperávamos. Os números apontam para a manutenção do ritmo de crescimento do crédito”, afirmou Sardenberg.

Crédito às famílias
Ainda em relação aos empréstimos para pessoas físicas, os dados mostram que os bancos esperam uma evolução de 16,9% neste ano em crédito pessoal - incluindo consignado -, ante uma alta de 25,2% em 2010.

Nas operações de crédito para aquisição de veículos, a pesquisa revelou que as instituições aguardam uma expansão de 15% em 2011, sendo que no ano passado o aumento ficou em 19,9%.

Em junho, os bancos esperavam um aumento de 17% no crédito pessoal e 15% no crédito para aquisição de veículos, o que remete a uma leve queda da primeira modalidade e estabilidade da segunda.

De acordo com o economista da Febraban, o mercado ainda têm dúvidas sobre se haverá ou não novas medidas macropudenciais do Banco Central para conter o avanço do crédito, já que mesmo estáveis, os números estão um pouco acima das previsões do BC. "Achamos que isto não parece provável no curto e médio prazo", disse. "Isto porque ainda deve haver impacto das medidas e provavelmente ainda haverá uma elevação de juros, portanto é um conjunto de elementos que podem ajudar na contenção da demanda", afirma o economista.

Inadimplência
Em relação à perspectiva de inadimplência, que não distingue pessoas físicas e jurídicas e considera atrasos acima de 90 dias, a estimativa dos bancos é de uma taxa de 4,7% este ano, também igual à taxa esperada em junho e maior do que em 2010 (4,6%).

“Estamos muito tranquilos em relação ao comportamento da inadimplência. Há muita discussão sobre isso, mas é claro que num cenário com elevação de juros e medidas macroprudenciais, é razoável esperar aumento da inadimplência no ano. Mas são números esperados e que não apontam grande deterioração das carteiras de crédito dos bancos”, disse Sardenberg.

Pessoa jurídica
Para o crédito às pessoas jurídicas, a alta esperada para este ano é de 15,5%, mesmo percentual verificado na pesquisa anterior. No ano passado, por sua vez, o crédito para as empresas avançou 15,4%.

De forma geral, os bancos esperam que as operações de crédito da carteira total cresçam 16,4% neste ano, ante 20,5% registrados em 2010.