16 de nov. de 2011

LUCRO DA REDECARD SOBE COM DEMISSÕES E ACEITAÇÃO DA VISA

jornal Brasil Econômico 28/10/2011 – Flávia Furlan

Depois de quatro trimestres seguidos de queda no lucro líquido na base de comparação anual, a Redecard conseguiu apresentar crescimento. O lucro líquido chegou a R$ 343,6 milhões entre julho e setembro de 2011, com uma alta de 6% frente ao mesmo período de 2010. O resultado foi alcançado devido a um processo de reestruturação da empresa, que implicou em redução dos custos, e também pelo bom desempenho das transações de débito, pela incorporação da bandeira Visa.

Entre janeiro e julho, o volume financeiro alcançado pelas operações com débito chegou a R$ 20 bilhões, o que representa uma alta de 37,6% frente ao mesmo período do ano passado. Já a receita com estes cartões ficou em R$ 145 milhões, avanço de 33,2%no período. “Como passamos a ter acesso à bandeira Visa e ela é forte em transações em débito, isso fez com que essas operações crescessem”, afirma o diretor executivo de finanças da Redecard, Marcelo Kopel.

O avanço no uso de cartões de débito para compras entre os brasileiros também contribui para o resultado. Segundo o presidente da Redecard, Claudio Yamaguti, em 2007, 14% dos plásticos com a função débito eram usados para compras, enquanto o restante ficava restrito ao uso para saques em caixas automáticos. Em2010, o percentual passou a 18%. “O brasileiro está em um processo de avanço do hábito do uso de débito no comércio”, diz o executivo. Na Itália, 45%dos cartões de débito são usados em compras, enquanto no Reino Unido eles são 57%, no Canadá são 60% e, nos Estados Unidos, 75%.

Em relação à receita com cartões de crédito, ela foi de R$ 438 milhões no terceiro trimestre, com alta de 6,7% na comparação anual. O volume financeiro, por sua vez, subiu 2,8%, para R$ 39 bilhões.

Do lado dos custos, a Redecard também teve ganhos expressivos no terceiro trimestre deste ano. “Passamos por uma reestruturação em que houve demissões e contratações e acabamos com uma companhia mais enxuta. O tamanho que estamos atende às necessidades, mas o processo de reestruturação é evolutivo”, conta Yamaguti. De julho a setembro, foram 350 demissões e a Redecard passou a ter 1.078 funcionários.

As despesas operacionais ficaram em R$ 150,7 milhões no terceiro trimestre, o que representou aumento de 3,6% na comparação com o mesmo período de 2010 e queda de 2,7% frente ao trimestre anterior. As maiores quedas foram nas despesas com pessoal (-12,7%) e administrativas (-13,3%).

Com o aumento de receitas e a redução das despesas, a margem líquida da companhia voltou a subir neste ano. O indicador ficou em 37,3% no terceiro trimestre, comparado a 36,3% no segundo trimestre deste ano e a 38,4% no terceiro trimestre de 2010.

Máquinas modernas garantem receita de aluguel

A Redecard teve de investir em tecnologia para garantir os ganhos com aluguéis de maquininhas. A abertura do mercado de credenciamento, que passou a valer em julho de 2010, trouxe um ambiente de maior competitividade a ponto da receita de aluguel de equipamentos cair 8% entre o terceiro trimestre de 2010 e deste ano, para R$ 189 milhões. Na comparação com o segundo trimestre de 2011, no entanto, houve alta de 8,3%, o que aponta para uma possível reversão do cenário.

De acordo com o diretor de Marketing, Produtos e Varejo da Redecard, Carlos Zanvettor, o mercado está tendo de investir em novas tecnologias para poder manter os preços dos aluguéis, tendo em vista a queda no número de máquinas no varejo. “A máquina que hoje inunda o mercado é sem fio, mais moderna e faz mais pelo comércio, já que ela aceita 26 bandeiras e tem programas de fidelidade. Isso tende a proteger o preço do aluguel”, afirma.

A máquina mais moderna da Redecard tem feito 50% mais transações e aumentado em30% o valor comercializado pelo varejista.

Ainda sobre o relacionamento com lojistas, a Redecard prevê estabilidade na taxa cobrada pelos serviços, chamada de taxa líquida de desconto, depois de elas terem apresentado forte queda no ano passado. No terceiro trimestre deste ano, elas ficaram em 1,14%nas operações de crédito e em 0,73% nas de débito, enquanto no mesmo período de 2010 elas eram de 1,33% e 0,75%, quando consideradas as taxas cobradas após parcerias com instituições financeiras.

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