20 de nov. de 2011

ENTREVISTA: RUBÉN OSTA, DIRETOR-GERAL DA VISA

jornal Brasil Econômico 07/11/2011

Qual sua avaliação da indústria de meios eletrônicos de pagamento em dois anos?
O mercado vem crescendo e tendo uma participação cada vez mais importante na economia. Hoje o mais importante é o que há para ser migrado para os meios eletrônicos. Essa indústria cresce a dois dígitos, segundo a Abecs. No ano passado, houve uma transformação fundamental. Deixamos de ser um mercado monoadquirente para ser multiadquirente. Foi uma mudança profunda, e mesmo assim a indústria se estabilizou e cresceu no mesmo ritmo de antes.

Quais as prioridades desta indústria?
Na minha visão é intensificar e acelerar a migração dos pagamentos em cheque e dinheiro para os meios eletrônicos, o que traz benefícios ao país. Quanto mais migrarmos os pagamentos de crédito, débito e pré-pago, mais estaremos contribuindo para a eficiência da nossa economia. Segundo relatório da Moody's Economy.com, a migração para meios eletrônicos contribuiu com US$ 1,1 trilhão para a economia mundial entre 2003 e 2008, o que representa 0.5% de aumento no PIB mundial.

Qual a sua sugestão para colocar em prática essas prioridades?
A Visa vem olhando para alguns segmentos que antes não participavam da indústria como o setor agrícola e o de transporte, e desenvolvemos produtos específicos. Podemos citar como um ótimo exemplo o Visa Cargo, lançado pioneiramente em 2009 para substituir a carta-frete, que além de ser uma ferramenta de papel, tem forma de uso nociva para a sociedade. Além do Visa Cargo, também existe o Visa Agro, cartão múltiplo, que acumula as funções de crédito, débito e financiamento rural, destinado aos produtores. É usado principalmente para Agro Custeio: financia o início da produção; Insumos agrícolas: como sementes, combustível, adubo, fertilizantes, inseticida, etc; Agro Investimento: viabiliza a produção e bens e serviços de grande porte: gado, máquinas, tratores, etc.

A indústria precisa identificar quais os segmentos incipientes para que possamos disponibilizar produtos específicos que possam ser utilizados desde a classe A, B e C até aqueles que não são atendidos pelo sistema financeiro. Nós ainda temos uma oportunidade enorme para o pré-pago no Brasil, apesar de termos o Visa Vale. Temos aqui o Visa TravelMoney e o Visa Vale, mas sabemos que ainda existe uma enorme lacuna. No Brasil, 80%dos celulares são pré-pagos.

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