23 de nov. de 2011

CELULAR VAI CONCENTRAR MEIOS DE PAGAMENTO

jornal Brasil Econômico 18/11/2011 – Ivone Portes

A grande tendência para o sistema de pagamentos mundial é a convergência das operações físicas, digitais e móveis para um único canal. Na avaliação do presidente da Visa do Brasil, Rubén Osta, esse canal pode ser o “celular, uma caneta, um relógio”.

“O importante, na realidade, é o que está por trás desse canal, ou seja, a clearing (processamento) das transações”, disse Osta, durante o maior evento de cartões do mundo — a Cartes & IDentification — , realizada em Paris, nesta semana.

Além da convergência dos diferentes tipos de pagamentos para um único dispositivo, outra solução que se vislumbra e que já tem tecnologia no Brasil é a do “contactless”, em que as operações são realizadas somente com aproximação, como acontece, por exemplo, com o cartão utilizado nos ônibus.

O mais provável é que o celular concentre tudo isso, por ser um objeto com grande apelo entre a população e de uso diário, segundo o vice-presidente executivo da área Comercial e de Marketing da Cielo, Dilson Ribeiro. “Se você estiver dirigindo o seu carro e perceber que esqueceu a carteira, não volta para casa para pegá-la, mas retorna em qualquer situação se tiver esquecido o celular. É uma grande vantagem para o consumidor. Facilita a vida dele e melhora o nível de segurança da transação”, afirma.

O Brasil já tem projetos pilotos de pagamentos por aproximação, inclusive por meio do telefone móvel, mas ainda não há distribuição desse serviço porque falta padronização. Para o pagamento por aproximação é necessário que o usuário tenha no celular um chip e antena NFC (Near Field Communication), que armazena os dados da conta dele e faz a comunicação com a máquina do estabelecimento comercial. O Iphone 4 (smartphone da Apple), por exemplo, por mais moderno que seja ainda não tem essa tecnologia. No entanto, já foi desenvolvida uma capa para o aparelho que possibilita a realização do pagamento sem contato.

Mas qual o objetivo de pagar as compras sem ter que inserir o cartão ou digitar uma senha? A resposta é bem simples: praticidade. “Muitas vezes você toma só um cafezinho, está com pressa e sem dinheiro para pagá-lo. Aí entra o contactless, desenvolvido basicamente para ser usado em compras de baixo valor, de até US$ 25, e para que o usuário não perca tempo na fila do caixa”, explica o diretor de Produtos da Visa, Marcelo Sarralha.

Serralha ressalta que a operadora já implantou um projeto piloto no Brasil, em 2008, de uso do contactless, o Visa payWave. Na época, lançou um piloto com Bradesco, Banco do Brasil e Cielo apenas entre funcionários com o objetivo de ajudar clientes e parceiros a testar a tecnologia. “Atualmente estamos dando suporte aos bancos e adquirentes para lançar a tecnologia em produção, comercialmente, com o objetivo de disponibilizá-la aos seus respectivos clientes.”

*A repórter viajou a convite do Banco do Brasil

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