jornal Diário do Comércio 02/03/2011 - Paula Cunha
O varejo está passando por um processo de profundas transformações e conhecer o consumidor é fundamental para a sua sobrevivência e evolução. E a tecnologia é a peça central neste jogo. "Com o avanço tecnológico, todos os recursos devem ser utilizados não só para conquistar como fidelizar os clientes, disse o presidente da Boa Vista Serviços (BVS), Dorival Dourado, durante os debates de ontem do Pós National Retail Federation (NRF) – Retail's Big Show. O evento – promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em parceria com a Boa Vista Serviços – teve como objetivo apresentar ao comércio paulista um pouco das experiências da comissão enviada para a convenção anual do varejo, ocorrida em janeiro na cidade de Nova York, nos Estados Unidos.
Segundo Dourado, 70% dos consumidores não são fiéis a estabelecimentos comerciais. "Vimos na NRF que o varejista deve oferecer ao consumidor uma sensação única no momento da compra para que ele volte. Temos que encontrar caminhos para fidelizá-los", explicou.
Aproveitando o tema da tecnologia, o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, citou o impacto das redes sociais como um outro fator de transformação do varejo e das suas relações com a sociedade. Afif frisou que o segmento, como maior gerador de postos de trabalho para jovens, precisa ser estimulado neste sentido. "Além disso, ele exerce o papel expressivo de incubador de negócios que abarcam outras atividades econômicas", acrescentou.
Atualmente, o varejo é o primeiro grande criador de postos de trabalho em todo o Brasil e os pequenos e médios varejistas somam 75% destas vagas enquanto os grandes são responsáveis pelos 25% restantes. Além disso, o segmento registra crescimento 50% superior ao Produto Interno Bruto (PIB) do País.
Os dados, citados durante o evento pelos palestrantes, ressaltam a importância da atividade e a sua necessidade de constante atualização.
O coordenador da Comissão de Varejo da ACSP, Nelson Keirallah, afirmou que o segmento tem investido significativamente para aprimorar o atendimento ao cliente e, para atingir esse objetivo, incorporou tanto os avanços tecnológicos mais recentes quanto as mais modernas técnicas de gestão.
No primeiro debate do evento, empreendedores do varejo discutiram a necessidade de antecipar os desejos dos consumidores. Mediado pelo ator Dan Stulbach, eles enfatizaram o uso de tecnologias, como equipamentos de multimídia dentro das lojas e redes sociais para conquistar clientes e interagir com eles.
Serviços – Ricardo Sayon, presidente da rede de brinquedos RiHappy, acredita, no entanto, que, além das tecnologias, entre as prioridades para o varejo devem estar o atendimento, diversidade de produtos e preços competitivos.
Já o presidente da Camisaria Colombo, Álvaro Jabur Maluf, aposta tudo em treinamento dos profissionais de um empreendimento. "Isso é imprescindível", disse. O executivo frisou que antes de mais nada o setor é um prestador de serviços, mas claro que deve se modernizar para conquistar o consumidor, oferecendo facilidades em suas lojas.
O presidente da Vitaderm, Marcelo Schulman, lembrou que todas as iniciativas citadas nas palestras – como as inovações europeias e norte-americanas, com mais recursos tecnológicos como as telas interativas em que o consumidor modifica o formato das peças que pretende adquirir, por exemplo – deverão ser adotadas pelo varejo brasileiro. Ao mesmo tempo, esse empreendedor também precisa aprender a atender, com produtos e serviços diferenciados, as classes C e D.
Unindo forças – Na abertura do encontro, o presidente eleito da ACSP, Rogério Amato, destacou ainda a importância de se estimular o varejo e conclamou o setor a unir forças para evoluir junto. Amato ressaltou também a meta de congregar as Associações Comerciais e a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) para lutar pelos valores defendidos pela iniciativa privada e pelo empreendedorismo.
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