jornal Valor Econômico 25/03/2011 - Denise Bueno
As seguradoras especializadas e independentes, ou seja, não controladas por bancos, absorvem, cada dia mais, riscos diferenciados e ampliam a venda através do treinamento dos corretores e de acordos com canais alternativos. "Temos a grande vantagem de ser uma opção aos bancos que não possuem seguradoras", afirma Arthur D'Farme, vice-presidente de Relações com o Mercado, da SulAmérica, que além de ter uma ampla rede de corretores, conta com mais de 20 acordos com instituições financeiras para venda de seguro. Inclusive com o Banco do Brasil, com quem desfez a sociedade mas manteve a distribuição de seguro-saúde.
As estrangeiras avançam ao tropicalizar produtos que são sucesso de vendas em outras partes do mundo. A Liberty, por exemplo, lançou recentemente um seguro de vida com mimos para o animal de estimação. Já a Zurich passou a oferecer cobertura para idosos, como indenizações em caso de quedas capazes de hospitalizar o cliente. A Allianz mudou lançou um seguro para deficientes físicos, copiado por várias concorrentes.
Aos poucos, as filiais locais começam a brilhar no balanço mundial de suas matrizes. Liberty, Allianz, Chubb, ACE, Chartis (ex- AIG), além das resseguradoras Swiss Re, Munich Re, Hannover Re, Scor e Partner Re estão entre as gigantes internacionais que destacaram a operação local nas demostrações financeiras de 2010.
O cenário que se estabelece no Brasil é um dos mais promissores, principalmente para o setor de seguros. Como fazemos parte de uma organização global, o intercâmbio de conhecimento é frequente para a área de massificados e também para o segmento corporativo", diz Max Thiermann, presidente da Allianz.
Empenhadas em conquistar clientes brasileiros, as estrangeiras finalizam junto com o escritório de advocacia Pinheiro Neto uma associação para defender seus interesses. O primeiro deles é a revogação das resoluções que restringem a atuação delas no mercado de resseguro. Além de potencializar o aumento do custo do seguro que já deverá ocorrer em conseqüência das catástrofes mundiais, as restrições trazidas pelas medidas "são inconstitucionais", diz o advogado Ernesto Tzirulnik.
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