16 de nov. de 2011

PAGAMENTO DIGITAL FICA MAIS SEGURO E ACESSÍVEL AO LOJISTA

jornal Valor Econômico 31/10/2011 - Jacilio Saraiva

Para atrair mais consumidores, empresas de pagamentos on-line como PagSeguro, Mercado Pago e Pagamento Digital investem em vendas pelo celular e comissões para quem indica o serviço a lojistas. As companhias, que registram um aumento de transações anual de aproximadamente 100%, permitem aos comerciantes virtuais receber quantias com a ajuda de mais de 15 canais de venda, como cartões de crédito, boleto bancário e débito em conta. Segundo companhias do segmento, a maioria dos clientes cadastrados é de pequenos e médios negócios. O ticket médio das transações varia de R$ 100 a R$ 250.

"O maior desafio do comércio eletrônico é a conversão dos usuários de internet, cerca de 78 milhões de pessoas, em e-consumidores", avalia Gerson Rolim, diretor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net). "Hoje, apenas 32 milhões de internautas, fazem compras on-line." As estratégias das empresas para mudar esse cenário incluem ações que ajudam o consumidor a finalizar a compra com menos "cliques" e taxas sobre o serviço com valores variáveis para os lojistas. Dependendo da forma de pagamento e do volume mensal de negócios, as tarifas variam de 1,9% a cerca de 7%.

A Moip, que faz parte do grupo iG, ideiasnet e Arpex Capital, registrou um volume de transações de R$ 300 milhões em 2010. "A estimativa é chegar a R$ 400 milhões em 2011", afirma o CEO Igor Senra. "No ano passado, crescemos cerca de 40 vezes." Nos últimos três meses, a Moip recebeu transações de 15 mil lojas e 500 novos estabelecimentos devem ser agregados até o final do ano. Do total, 99% são pequenos e médios negócios. O ticket médio varia de R$ 150 a R$ 200.

"Diferentemente dos concorrentes, não exigimos do comprador um segundo cadastro na hora do pagamento", explica. A Moip, como a maior parte das empresas do ramo, não pede taxas de adesão ou mensalidades dos lojistas. A intermediação entre o site e o consumidor é cobrada de acordo com a porcentagem das transações aprovadas, do volume de vendas mensais e do meio de pagamento utilizado. Varia de 1,9% a 6,9% por compra.

"É indispensável investir em soluções de gerenciamento, já que uma fraude pode custar o fechamento do negócio", afirma. Este ano, para suportar o crescimento, a Moip contratou executivos especializados em finanças e gestão de riscos de grandes corporações, como Redecard e Cielo.

No Pagamento Digital, plataforma on-line presente em mais de 50 mil lojas virtuais do Brasil, as tarifas sobre os recebimentos variam de 1,8% a 6,3%, de acordo com a forma de pagamento. "Há um programa de redução de taxas conforme o volume de vendas da loja", informa Marcelo Theodoro, diretor de produtos da BuscaPé Financial Services, do Grupo BuscaPé, que comprou o Pagamento Digital em 2009.

Para incrementar os negócios, criou um programa de parceria em que o usuário que indica o Pagamento Digital para lojistas ganha comissões de 1% a 1,5% sobre as vendas realizadas. A aposta nas transações fechadas pelo celular é a nova meta. Recentemente, anunciou a solução DinheiroMail Móbile, que permite aos clientes realizar pagamentos e solicitar cobranças por meio de telefones móveis conectados à internet.

Para Ricardo Dortas, diretor do PagSeguro, do UOL, um dos maiores benefícios da integração de uma marca de pagamentos on-line às lojas é transmitir segurança aos compradores. "Isso acarreta aumento das vendas e a conquista de novos clientes." O ticket médio das transações é de cerca de R$ 100, um valor que engordou cerca de 5%, entre 2009 e 2011. No PagSeguro, os estabelecimentos pagam tarifas de 1,9% a 6,4%, conforme o volume mensal de entregas e o meio de pagamento. "O principal obstáculo do setor é lidar com o crescimento das operações, mantendo níveis de qualidade e atendimento aos usuários", diz Dortas.

No primeiro semestre de 2011, o volume de transações do MercadoPago, braço de pagamentos on-line do grupo MercadoLivre, aumentou 138%, em relação ao mesmo período do ano anterior. "Foram 5,7 milhões de transações que representaram US$ 541 milhões em pagamentos", diz o diretor Marcelo Coelho.

O tíquete médio das compras no MercadoPago é de R$ 166, valor estável desde 2009. A empresa cobra dos lojistas uma taxa de 4,9%, por operação. "O maior desafio das lojas virtuais é transformar um cliente potencial que clicou no botão 'comprar um produto', em um pagamento aprovado."

Na PagamentoJá, do Grupo Arfe, os produtos mais procurados são eletroeletrônicos, roupas e acessórios, livros e serviços, nessa ordem. Do total de sites que usam o serviço, 68% são pequenas empresas e 30% têm médio porte. De acordo com o diretor-presidente Arnaldo Flávio Korn, o aumento nas compras também acontece porque os empresários estão investindo mais na logística das entregas. "A concorrência tem feito os serviços do e-commerce melhorarem."

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