16 de dez. de 2010

OPERADORAS DE CARTÃO INVESTEM PARA EVITAR PROBLEMAS NO NATAL

portal iG 16/12/2010 - Nelson Rocco

Redecard e Cielo, as duas principais companhias que atuam na captura de dados de cartões de crédito, reforçaram investimentos e infraestrutura para evitar interferências nas compras dos usuários neste final de ano. A promessa das empresas é que nada irá atrapalhar as vendas deste Natal, como ocorreu na tarde de 24 de dezembro de 2009.

Patrick Wellisch, dono da rede de franquias de calçados femininos e bolsas City Shoes, lembra que as vendas só foram possíveis porque as lojas tinham mais de uma maquininha para a captura das informações. “Nas compras de Natal, as pessoas estão com pressa, querem resolver logo a operação. Não perdemos vendas porque o cliente, geralmente, tem mais de um cartão”, lembra.

Para Wellisch, mesmo com a abertura do mercado de cartões, as 100 lojas de sua rede mantiveram duas máquinas POS (do inglês point of sale), uma da Cielo e outra da Redecard. “Para nós varejistas, quem tem apenas uma máquina não tem nenhuma”, diz. O empresário faz referência à abertura do setor, em 1º de julho, que pôs fim à exclusividade de aceitação dos cartões da bandeira Visa pela credenciadora Cielo. Desde aquela data, as máquinas passaram a aceitar todos os cartões, bastando apenas fechar acordos. Não é mais necessário ter uma máquina para cada bandeira.

No dia 24 do ano passado, uma “multidão” de lojistas teve problemas para passar as operações pelas máquinas da Redecard, segundo Luiz Augusto Idelfonso da Silva, diretor de relações institucionais da Alshop, associação que conta com 17 mil filiados entre varejistas de shopping centers. “O problema foi menos de congestionamento e mais de pane no sistema”, lembra. “O processamento levou de três a quatro horas para voltar.”

Lentidão

Roberto Medeiros, presidente da Redecard, afirma houve um problema de intermitência no processamento por algumas horas do dia 24 de dezembro, uma lentidão provocada pelo enfileiramento das transações. “Toda a nossa rede foi ampliada. Temos instalado de 40 mil a 45 mil novas máquinas por mês”, diz. “O processamento no datacenter está preparado para um volume de época do Natal cinco vezes superior ao estimado para o período.”

A Redecard fez investimentos de R$ 200 milhões neste ano. Esses recursos foram destinados à ampliação da rede, do call center e a troca de máquinas. “Temos 1,2 milhão de máquinas e 100% delas são novas. Trocamos todo o parque a cada três anos”, diz Medeiros, lembrando que o serviço de atendimento a clientes hoje é três vezes maior que no final de 2009.

O executivo da Redecard afirma que não há motivos, neste ano, para que existam dificuldades. Até o fim de setembro, calcula, o volume de transações no crédito cresceu 26% sobre o mesmo período do ano passado e tudo correu normalmente. No cartão de débito, a alta foi de 19%, na mesma base de comparação. Para este ano, a estimativa da companhia é de que as operações no Natal sejam 10% maiores que em 2009.

A Cielo também registrou aumentos nas transações neste ano. Paulo Guzzo, vice-presidente de tecnologia da informação da companhia, afirma que a alta foi de 23% tanto em volume financeiro como em número de operações. “Isso se deve ao aquecimento da economia e ao novo momento de mercado”, afirma, em referência à abertura.

Mais estabelecimentos

Para fazer frente a esse incremento, a companhia reforçou o parque instalado. Investiu R$ 140 milhões para se preparar para a abertura. “Parte desse valor foi para acelerar a troca dos equipamentos”, afirma Guzzo. “Temos uma base instalada em 1,2 milhão de estabelecimentos. Só neste ano, fizemos 300 mil filiações.”

O investimento da Cielo também foi canalizado para reforçar o processamento. Segundo o executivo de TI, no ano passado, a capacidade de processamento era de 710 transações por segundo. “Hoje, se o mercado chegar a mil transações, temos capacidade para o dobro disso.”

A estratégia da Cielo é montar uma “sala de guerra” para enfrentar as principais datas do varejo brasileiro. Guzzo conta que, geralmente, duas semana antes dos Dia das Mães, dos Pais ou das Crianças, a empresa escala uma equipe de 75 funcionários dedicados ao acompanhamento das operações durante 24 horas, sete dias por semana. “Monitoramos em tempo real 100% das transações”, diz. “Para o Natal, a sala é montada com quatro semanas de antecedência.”

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