14 de dez. de 2010

‘CAMELÔ CARD’: COMPRA NO DINHEIRO OU CARTÃO?

Agência Bom Dia 14/12/2010 - Suellen Fernandes e João Paulo Sardinha

Estar sem dinheiro na carteira na hora de fazer uma comprinha no camelô já não é mais problema para consumidores de São José dos Campos e Taubaté. O comércio ambulante das duas maiores cidades do Vale agora aceita o pagamento com cartões de crédito e débito, de olho no aumento das vendas (e óbvio, dos lucros).


Antes exclusividade do comércio formal, o ‘dinheiro de plástico’ chegou com tudo nas barraquinhas de camelôs, onde o preço baixo é o atrativo principal. O uso dos cartões é o chamariz dos ambulantes, que já veem as vantagens do sistema eletrônico no seu dia-a-dia.

No camelódromo do Calçadão de Taubaté, onde está concentrada a maioria dos camelôs da cidade (100 ao todo), pelo menos 7 bancas passaram a adotar a rede eletrônica de pagamento neste ano.

Já na praça João Mendes (Praça do Sapo), em São José, a equipe do BOM DIA encontrou três barracas com a máquina.

Lucro

“Minhas vendas dobraram, a maioria dos produtos aqui são caros e as pessoas não andam com dinheiro no bolso. Foi uma inovação mesmo, não esperava que as vendas aumentassem tanto assim”, contou o camelô José Cristiano da Silva. No box dele, que vende equipamentos eletrônicos como videogames, os produtos variam de R$ 20 a R$ 1 mil.

Segundo ele, nos últimos três meses, pelo menos outras seis bancas aderiram ao uso das máquinas. O objetivo da maioria é fugir do calote, comum entre quem aceita cheques.

“As pessoas ainda compram mais com dinheiro, até porque não sabem que oferecemos esse serviço”, declarou o ambulante Valdir Pereira, de 65 anos, que trabalha em São José.

Taubaté vai reforçar a fiscalização no centro

De acordo com o DSU (Departamento de Serviços Urbanos) de Taubaté, exceto as 20 bancas que comercializam artesanato e uma de bijuterias, que têm licença para atuarem na praça Dom Epaminondas, todas as outras são irregulares. “Não concedemos licenças temporárias para o Natal e quem estiver irregular será retirado”, garantiu o diretor do DSU, Renato Eurico Felgueiras. A partir deste fim de semana, seis fiscais serão mantidos no local.

Comerciantes cobram ação para coibir camelôs

A ACIT (Associação Comercial e Industrial de Taubaté) cobra da prefeitura medidas para frear o avanço dos camelôs no centro. “É necessária uma ação estratégica para barrar esse crescimento, que é visível. Tem muita camelô vindo de fora que aproveita que a fiscalização é mais branda para se estabelecer aqui, isso precisa ser coibido”, disse Sandra Moralez, presidente da Acit.

Sobre o uso das máquinas de cartões de crédito e débito, ela considera que esse é um processo inevitável. “Não há como isso não ocorrer, é a modernidade. Essas pessoas estão simplesmente aplicando facilidades ao serviço que prestam por meio do que o mundo oferece", reconheceu.

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