20 de nov. de 2011

VENDAS DE SEGURO NA WEB E CELULAR GANHAM FORÇA

jornal Brasil Econômico 04/11/2011 – Flávia Furlan

A venda de seguros à distância, por meios eletrônicos e remotos como internet e celular, ganhou novo fôlego neste ano, com a criação da primeira corretora pontocom do setor, com o maior interesse das seguradoras na venda pela internet e também com o lançamento ontem, pelo Grupo Bradesco Seguros, de plataforma que permite a comercialização de apólices por celular e por maquininhas como as de cartões. Atenta às novas tendências do mercado, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) adiantou ao BRASIL ECONÔMICO que planeja publicar, o mais tardar em abril de 2012, novas regras para a venda de seguros nestes canais tidos como não tradicionais.

Em um primeiro momento, as regras serão aplicadas na comercialização de microsseguros, apólices direcionadas à população de baixa renda, mas nada impede que sejam ampliadas para os seguros populares, aqueles com baixo valor, como as apólices de turismo.

As propostas devem ser apresentadas ao final deste mês, junto a outras referentes aos microsseguros, para o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) pela Susep. Para chegar ao texto final, foi formado um grupo de trabalho com representantes do setor.

De acordo com o superintendente da Susep, Luciano Portal Santanna, a ideia de fomentar a venda à distância é tornar as apólices de seguros mais simples e mais baratas. “Imaginamos um custo operacional menor na comercialização via celular ou pela internet”, diz.

Santanna conta que a superintendência tem a preocupação também com a informação que será prestada ao consumidor na hora da venda, bem como com a comprovação de que o contrato de seguro é realmente idôneo. “Acredito que a tecnologia que temos disponível possa oferecer segurança jurídica, haja visto que a contratação por internet e celular já é realidade em outros nichos”, pondera. Ele diz que, para trazer essa segurança jurídica, seria preciso criar um banco de dados nas seguradoras com informações da compra, ao qual a Susep teria acesso.

O diretor-executivo do Grupo Bradesco Seguros, Eugênio Velasques, que participou das discussões sobre microsseguros e canais de venda, diz que o principal cuidado que o setor deve tomar é que os produtos tenham linguagem simples. “Temos de facilitar a disseminação dos seguros no país”.

De olho neste público de baixa renda, o Bradesco Seguros lançou ontem, em parceria com a Vayon Insurance Solution, tecnologia inédita no Brasil que possibilita a venda de apólices por celular e maquininhas como as de cartão.

A nova tecnologia, que permite a realização da compra em um minuto, será testada em dezembro em20 bancas de jornais da cidade de São Paulo e com corretores de seguros do Morro Dona Marta, na cidade do Rio de Janeiro. “A partir de janeiro de 2012 iniciamos a venda em correspondentes bancários e pequenos estabelecimentos comerciais”, afirma Velasques. A ideia é, ao final de 2012, atingir 10 mil pontos de venda com as duas formas de comercialização, o celular e a maquininha. Já ao final do ano seguinte, o número de pontos de venda deve dobrar. “Queremos estar em todos os municípios”, destaca o diretor-executivo.

O Grupo vai iniciar a comercialização com produtos autorizados pela agência reguladora, com cobertura para acidentes pessoais e assistência funeral. “O potencial é de sete milhões de consumidores somente no Rio de Janeiro e em São Paulo”, afirma Velasques.

O contato com o cliente no estabelecimento comercial é feito por meio de um corretor de seguros. Com mais este canal para os intermediários atuarem, o Bradesco acredita que possa haver um crescimento de dez vezes no número destes profissionais no Brasil, com um potencial de 700 mil corretores de seguros atuantes em território nacional.

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