jornal Valor Econômico 03/11/2011 - Cibelle Bouças
Regis Filho/Valor
Eduardo Chedid, vice-presidente executivo de produtos e negócios da Cielo: tecnologia será adotada nos celulares e nos cartões de débito e crédito com chip
Embora seja a tecnologia que mais exige adaptações por parte das empresas de pagamento e dos fabricantes de celulares, a comunicação por aproximação (NFC, na sigla em inglês) é apontada como a evolução dos cartões de chip - até então considerados os sistemas mais seguros para realização de pagamentos.
O NFC usa a radiofrequência para a transmissão de dados pela aproximação de um equipamento a outro. Os celulares possuem um chip diferenciado com essa função. Os terminais de pagamento dispõem de um sensor que capta as ondas de radiofrequência.
No Brasil, a Redecard e a Visa desenvolvem projetos para uso do NFC não só em celulares, mas também na próxima geração de cartões plásticos. Na avaliação das duas empresas, o nível de segurança é igual ao dos cartões com chip. A vantagem está na redução do desgaste dos terminais de pagamento instalados nas lojas, principalmente em redes varejistas que realizam um grande volume de transações por dia, como hipermercados e redes de fast food.
"Essa é a vertente evolutiva do cartão. A questão é definir com que velocidade e extensão as empresas vão fazer essa conversão", afirma Carlos Zanvettor, diretor-executivo de varejo, marketing e produtos da Redecard. A empresa realiza atualmente testes com 5 mil clientes do banco Itaú em São Paulo e com clientes de outro grande banco, cujo nome é mantido em sigilo. De acordo com Zanvettor, a empresa avalia a adoção da tecnologia em outras praças, começando pelas capitais. Há 5 mil máquinas com NFC. "A substituição do parque de terminais é feita em três anos, mas isso pode ser antecipado, se for interessante para a empresa", diz o executivo.
Percival Jatobá, diretor-executivo de produtos da Visa, que mantém parceria com a Cielo, o Bradesco e o Banco do Brasil na área de tecnologia NFC de pagamento móvel, diz que a empresa já oferta no país cartões de crédito e débito para esses bancos com a tecnologia de contato por aproximação. A Visa também desenvolve cartões plásticos NFC para outros bancos. "A adoção do chip nos cartões levou menos de cinco anos. Se a estratégia de expansão for bem feita, o NFC pode alcançar 80% do volume de transações em menos tempo que os chips", afirma Jatobá.
Eduardo Chedid, vice-presidente executivo de produtos e negócios da Cielo, testou o NFC na rede da Starbucks e também considera uma "substituição seletiva" do parque de terminais nos próximos anos, com a adoção da tecnologia em lojas com grandes volumes de vendas. Atualmente, a empresa tem 35 mil terminais com NFC. "A tecnologia é prática e tende a dominar o mercado de celulares e de cartões", diz Chedid.
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