jornal Brasil Econômico 16/11/2011 – Ivone Portes
O Banco do Brasil lança hoje o seu primeiro cartão produzido com plástico reciclado. O produto será apresentado na Cartes & Inovation — maior evento de cartões do mundo —, em Paris, na França, que teve início ontem e se encerra amanhã.
Esse novo plástico se insere no conceito de novas tendências que o banco adota para ampliar a sua participação de mercado. Para isso, tem desenvolvido uma plataforma ampla de produtos, que inclui, entre outros itens, o cartão pré-pago.
O conceito inserido desta vez é o de sustentabilidade. Além de ser confeccionado com um material que ajuda a proteger o meio ambiente, o produto vai contribuir para a recuperação da Mata Atlântica.
Cada cliente que solicitar um cartão estará indiretamente plantando uma árvore — das 400 necessárias para promover a recuperação de uma nascente.
O projeto foi desenvolvido pelo BB em parceira com o Instituto Terra, fundado em 1998 por Lélia Deluiz Wanick e o renomado fotógrafo Sebastião Salgado. “Cada vez mais o cartão de crédito é um instrumento que materializa o relacionamento com o cliente do banco e, neste caso, vai contribuir para a disseminação da questão da sustentabilidade”, avalia Paulo Rogério Caffarelli, vice-presidente de Negócios de Varejo do BB.
O executivo ressalta que esse tipo de iniciativa é um diferencial para o banco. “Ainda mais em um mercado em que os produtos bancários são, em geral, muito parecidos de uma instituição para a outra.”
O produto será um cartão espelho do atual Ourocard, ou seja, terá as mesmas funcionalidades do original que o cliente já tem, seja de limites, data de vencimento ou outros benefícios. O usuário poderá também escolher entre dez imagens exclusivas de Sebastião Salgado para estampar no seu cartão.
O custo para o cliente será de R$ 20, sendo que R$ 5 serão doados para o Instituto Terra, que promove a recuperação e manejo sustentável de florestas da Mata Atlântica no Brasil, através do plantio de árvores nativas em regiões ribeirinhas.
A expectativa para esse projeto é de emissão de ao menos 200 mil cartões em um ano, revertendo um total de R$ 1 milhão para o instituto.
Para se ter uma ideia da dimensão, Salgado explica que se for atingido o objetivo mínimo de adesão ao produto, 500 nascentes, ou 450 hectares, poderão ser recuperados. “Ao longo de 13 anos fizemos um trabalho de recuperação de 500 nascentes. Nós temos tecnologia para isso, o que nos falta é escala”, afirma o fotógrafo.
Adquirindo o cartão, o cliente estará aderindo também, automaticamente, ao programa de arredondamento de fatura. Se, por exemplo, o gasto no mês for de R$ 299,30, o banco arredonda o valor para R$ 300. Essa diferença de R$ 0,70 vai para o instituto. “A ideia era criar um projeto em que todos os brasileiros pudessem contribuir. Cada doação de trinta, setenta centavos é tão importante quanto uma de R$ 150 mil”, diz Salgado.
*A jornalista viajou a Paris a convite do Banco do Brasil
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