jornal Diário do Comércio 17/03/2011 - Paula Cunha
Lançar novos produtos e investir na formação de equipes especializadas será o caminho para ampliar a atuação do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC ) em todo o País. Essa foi uma das propostas apresentadas ontem, pela direção da Boa Vista Serviços (BVS), durante a primeira reunião de 2011 do seu Conselho Consultivo. Para o presidente da BVS, Dorival Dourado, o objetivo é tornar a empresa a maior do setor de processamento de informação, com a oferta de serviços flexíveis para os clientes corporativos. "Intensificaremos a coleta de dados nacionalmente e estamos atualizando nossas bases de informações com uma consultoria de padrão internacional", disse. Segundo ele, os recentes resultados da empresa já indicam crescimento de 20% neste ano frente a 2010.
Dourado apresentou a equipe da BVS, destacando o diretor de Tecnologia da Informação, Sérgio Arai; o diretor comercial, Juan Carillo, e o de produtos, Leonardo Soares. O encontro foi coordenado por Paulo Guilherme Mello Berner, superintendente de Crédito e Cobrança do banco Safra.
Conjuntura – No encontro, Marcel Solimeo, superintendente do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), destacou que apesar do ligeiro recuo do índice de confiança do consumidor em fevereiro, o contexto geral da economia brasileira continua favorável porque os indicadores de confiança nos salários, no poder de compra e na manutenção do emprego, que compõem o índice da ACSP, estão em alta. Esses itens são garantias de que o consumo se manterá nos níveis atuais, principalmente por parte dos compradores das classes C e D.
Solimeo disse que a alta no consumo, especialmente de móveis, eletrodomésticos e itens de informática, compensará o impacto negativo da elevação da taxa Selic e das medidas macroprudenciais do Banco Central no final de 2010.
Fraudes – O especialista em prevenção e detecção de fraudes no varejo, Alexandre Boechat, ressaltou a necessidade de treinamento para os funcionários da área de crédito, para evitar os prejuízos, que, além das perdas financeiras, são os fatos que destroem a imagem do empreendimento. Para ele, as principais falhas dos varejistas são confiar rapidamente nos clientes, deixar de conversar com eles durante a compra, e não implantar uma "célula de análise" de fraude. Boechat alertou que 75% das fraudes ocorrem por negligência ou participação de funcionários. Em 2010, informou, as maiores ocorrências foram no varejo de eletroeletrônicos, móveis e materiais de construção.
Segundo Boechat, as modalidades de fraude mais comuns são falsidade ideológica, autofraude (quando uma pessoa se passa por outra) e os casos de fraudadores que efetuam compra de pequeno valor com pagamento correto para, em seguida, adquirir bem de maior valor e não quitá-lo. Dados de 2010 mostram que as mulheres são a parcela maior dos fraudadores (56%). Nos últimos dois anos, 82% das operações fraudulentas foram em compras no carnê e 18% com cheque. "É necessário aprimorar o relacionamento entre o varejo e as empresas de recuperação de crédito e o trabalho dos funcionários que analisam os consumidores" disse o especialista.
Balanço – Roseli Garcia, diretora de Redes e Parcerias da BVS, apresentou na reunião o balanço do evento "Acertando suas contas", realizado pela ACSP no final de novembro. Roseli disse que o resultado foi muito positivo, com 7.838 recuperações de crédito em 21.909 consultas. A diretora disse que a ação deve se repetir neste ano e deve ser incluída em um conjunto maior de iniciativas para aumentar o grau de esclarecimento do consumidor. "Formaremos, com os participantes deste conselho, um grupo de desenvolvimento de apoio ao consumidor."
Nenhum comentário:
Postar um comentário