30 de mar. de 2011

CAMPANHA DE VENDA DE CARTÕES DA BANDEIRA ELO COMEÇARÁ EM ARACAJU

portal Valor 30/03/2011 - Ana Luísa Westphalen

A cidade de Aracaju foi escolhida para o início da campanha de venda da bandeira de cartões elo, lançada hoje pelo Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal.

A capital do Estado de Sergipe, que tem apresentado índices de crescimento superiores ao nacional, é um mercado estratégico para a bandeira, que pretende alcançar até 15% do mercado de cartões nos próximos cinco anos, com foco nas classes C e D.

Apesar da campanha concentrada no Estado, o cartão já está disponível em todas as agências dos três bancos no país. Além da tradicional rede de agências bancárias, o braço de vendas da Elo Participações conta com uma rede de 148 lojas herdadas da Ibi Promotora de Vendas, comprada pela Companhia Brasileira de Soluções e Serviços (CBSS) e que agora integrará o projeto de distribuição da bandeira elo.

A promotora é o principal instrumento de captura de novos clientes, já que grande parte dos consumidores da baixa renda não possui conta corrente e entram no mercado de cartões por meio dos private label oferecidos por redes varejistas.

“A elo buscará produtos mais adequados ao público entrante, como por exemplo os cartões pré-pago, que não são tão difundidos no Brasil”, disse Jair Delgado Scalco, anunciado hoje como diretor presidente da Elo Serviços, empresa criada para gerir a nova bandeira. O executivo já foi diretor presidente da Bradesco Corretora e diretor da área de cartões do banco e é o atual presidente do Conselho de Administração da CBSS.

“Para pessoas de menor renda, o cartão é uma ambição necessária para ascender, enquanto para as classes mais altas, é apenas um instrumento de pagamento”, diz Scalco, que vê a bandeira como um instrumento de inclusão bancária.
Outra estratégia é divulgar os plásticos da bandeira por meio de ações de telemarketing, conta o vice-presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli. Ele compara que 40 mil brasileiros não têm conta-corrente, enquanto o celular é mais difundido. “A pessoa pode não ter conta corrente, mas tem celular.”
O diretor-executivo do Bradesco, Marcelo Noronha, adianta que, agora que a marca foi lançada, o consumidor poderá observar movimentos diferentes por parte dos três bancos para oferecer produtos elo com taxas mais vantajosas e vender mais cartões.
“Somos sócios e somos competidores”, disse o executivo.

A Caixa, por exemplo, deve ter como alvo os 7 milhões de correntistas do Caixa Fácil, modalidade de conta simplificada em que os clientes podem realizar transações por meio de casas lotéricas e correspondentes bancários, segundo o vice-presidente de pessoa física da Caixa, Fábio Lenza. Inicialmente, a CEF emitirá a bandeira apenas como cartão de débito.

A instituição mantém participação em 33% do capital da Elo Serviços, que corresponde ao negócio com cartões. Os outros 67% pertencem à holding Elo Participações, que tem apenas BB e Bradesco como sócios, com fatias de 49,99% e 50,1%, respectivamente.

Também caberá ao banco emissor estabelecer as tarifas dos plásticos da elo, que precisam ser mais atrativas para fisgar a baixa renda. Scalco lembra que para os cartões com a bandeira brasileira, os bancos deixarão de pagar royalties às marcas estrangeiras para transações locais, o que traz a possibilidade de um preço mais baixo ao cliente.

Além de BB, Bradesco e Caixa, sócios no projeto elo, a expectativa é de que outras instituições financeiras também passem a emitir cartões com a nova bandeira. “Não tenho dúvida de que outros bancos virão com o tempo”, prevê Noronha.

No futuro, a ideia da holding Elo Participações é ter criar o Banco Elo, para atuar como emissor de cartões da bandeira. Novidades nesse sentido devem ser anunciadas nos próximos seis a oito meses, tempo necessário para a apresentação do projeto e análise do Banco Central, adiantou o diretor executivo do Bradesco.

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