25 de mar. de 2011

CORTE DE DESPESAS AJUDA CSU A MANTER RENTABILIDADE

jornal Valor Econômico 25/03/2011 - Adriana Cotias

A perda do contrato com a Nossa Caixa, após a incorporação da instituição pelo Banco do Brasil, teve impacto relevante para a CSU no quarto trimestre de 2010 no segmento de processamento de cartões. O resultado bruto nessa linha de negócios somou R$ 54,3 milhões, um recuo de 15,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Incluindo a área de "contact center", as rendas chegaram a R$ 97,8 milhões, com retração de 6,3%.

Apesar da saída de um cliente de peso, na última linha da demonstração a companhia obteve lucro líquido de R$ 33,1 milhões no acumulado do ano, com expansão de 95% sobre 2009. Entre outubro e dezembro, os ganhos somaram R$ 9,3 milhões, aumento de 332%. A rentabilidade melhorou, com a margem sobre o lucro operacional de caixa (lajida), de R$ 16,9 milhões, subindo 1,4 ponto percentual, a 18,5%. No ano, houve certa estabilidade, de 20% para 20,4%.

Os esforços na racionalização de custos, com corte nas despesas de comunicação e marketing e de serviços de remessa de faturas pelos Correios - só com essa despesa economizou R$ 4 milhões -, ajudaram a CSU a manter a rentabilidade, segundo a diretora de relações com investidores, Mônica Molina. A despesa relativa à distribuição de R$ 7,8 milhões sob a forma de juros sobre capital próprio em dezembro possibilitou ainda a redução do imposto pago. A proposta para este ano é aumentar a parcela de proventos distribuídos aos acionistas de 40% para 50%.

Para compensar o contrato perdido com a Nossa Caixa, a CSU tem apostando as suas fichas na diversificação, trazendo para a base clientes com o potencial de repor os 4 milhões de cartões que processava para o banco estadual. "Ao substituir volume da Nossa Caixa por clientes de menor porte, com estrutura de precificação diferente, o tíquete médio por cartão sobe, há impacto positivo sobre a rentabilidade, que vai ser sentido a partir do segundo trimestre."

Ao portfólio, a CSU agregou o Tribanco, o Supermercados ABC , de Minas, o Sicredi, além de ter renovado o acordo com o Banestes e ampliado a atuação com o Banrisul, a primeira instituição a contratar a CSU para também fazer os chamados serviços de "adquirência", que incluem captura, processamento e liquidação de transações com cartões, rivalizando com Cielo e Redecard.

Desde o dia 1º, a CSU vem testando a captura de pagamentos com cartões MasterCard emitidos pelo Banrisul. Assim que a instituição receber licença da Visa, a sua estrutura de processamento também pode ser homologada pela bandeira, o que amplia o leque de atuação no ramo de credenciamento de lojistas.

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