29 de mar. de 2011

COM QUEDA NAS RECEITAS, BANCOS DEVEM REFORMULAR SEUS NEGÓCIOS DE PAGAMENTOS

redação Serfinco 29/03/2011

As receitas globais de pagamentos - que normalmente constituem um terço ou até metade do total das receitas da maior parte dos bancos – caiu a uma taxa anual composta de 7% desde o final de 2008 até 2010, segundo dados do Boston Consulting Group (BCG).

Embora haja sinais de recuperação, para o BCG os bancos precisam decidir se os seus atuais modelos de negócios (segmentos de clientes-alvo, carteira de produtos, regiões e canais) e modelos operacionais (processos de TI, terceirização e organização) são adequados para as mudanças no cenário.

O prêmio para quem acertar nas medidas é muito grande. O BCG estima que, até 2020, o mercado global de pagamentos vai valer US$ 782 trilhões em valores de transações que não envolvem dinheiro vivo (non-cash transactions) e US$ 492 bilhões em receitas de transações.

As receitas de pagamentos no varejo europeu caíram de US$ 173 bilhões em 2008 para US$ 136 bilhões em 2010, segundo o relatório. Para ajudar a promover uma recuperação, os bancos devem explorar as diferenças estruturais nos mercados de pagamentos em todo o continente. Na Europa Ocidental, devido à sua infraestrutura altamente evoluída, o foco deve estar no aperfeiçoamento dos modelos operacionais enquanto na Europa Central e Oriental, a chave está em criar modelos vencedores de negócio, diz o BCG.

Nos EUA, houve uma considerável ruptura no varejo de pagamentos. Entre o final de 2008 e 2010, a receita total dos pagamentos caiu a uma taxa anual composta de 4% e, embora se espere por um crescimento este ano, os números ainda devem ficar 6% abaixo do pico de 2007. Além disso, a surgimento de novos regulamentos - como o Credit Card Accountability, Responsibility, and Disclosure Act (lei de transparência, responsabilidade e prestação de contas para cartões de crédito), as alterações na norma E e a Emenda Durbin - terão um efeito dramático na indústria de pagamentos dos EUA nos próximos anos. O BCG estima que as novas exigências vão fazer com que as instituições financeiras percam mais de US$ 25 bilhões em receita anual sobre as transações no varejo. Para compensarem esse corte, os bancos precisam reformular seus negócios de cartão de crédito, aprofundar o relacionamentos com correntistas e serem astutos e ágeis no jogo dos serviços financeiros em canais digitais.

Na Ásia / Pacífico, as perspectivas são excelentes, com o varejo de pagamentos apontando para crescimento, principalmente através do surgimento de uma geração digital e aumento das populações urbanas nos países em desenvolvimento.

Enquanto isso, a operação bancária de atacado oferece às instituições financeiras uma grande oportunidade, com a expectativa de crescimento do volume a taxas anuais compostas de 9% a nível mundial, entre 2010 e 2020, e com aumento previsto de receitas totais de US$ 64 bilhões para US $ 119 bilhões.

No entanto, existem obstáculos a serem superados à medida em que os bancos tentam se diferenciar focando em nichos. Entre eles estão a necessidade de força de vendas voltada a clientes corporativos, especialistas em gestão de caixa e em serviços de venda e grupos de operações e de TI, trabalhando para fazer das transações bancárias uma prioridade.

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