jornal Brasil Econômico 17/03/2011 - Paulo Justus
O Banco do Estado de Sergipe (Banese) fechou 2010 com R$ 1,15 bilhão em operações de crédito, um crescimento de 48% em relação a 2009. A alta expressiva dos empréstimos veio acompanhada de um declínio na taxa de inadimplência, que passou de 1,86% para 0,99%, quando considerados atrasos acima de sessenta dias.
Com mais crédito concedido e melhor qualidade na quitação das dívidas, o lucro líquido do banco atingiu R$ 54,5 milhões no ano passado, resultado 39,4% superior ao de 2009. "A taxa de crescimento do lucro líquido do Banese é uma das maiores dos bancos do país", disse ontem o presidente do banco, Saumíneo da Silva Nascimento, durante a apresentação dos resultados.
O volume de concessões de crédito comercial cresceu 49% no ano passado, e chegou aos RS 951 milhões. Dentro desse segmento, o produto mais importante do banco foi o Cartão Banese, que no ano passado chegou a 449,7 mil clientes. "O cartão responde por um terço das nossas operações de crédito e a pouco mais de um quarto do nosso lucro", afirmou Nascimento ao BRASIL ECONÔMICO.
Apesar do crescimento junto ao crédito para a pessoa jurídica, o banco manteve constante a proporção de crédito comercial destinada à pessoa jurídica, com uma fatia de 35% da carteira de crédito comercial formada por empresas, praticamente estável em relação aos 34% de 2009.
Esse desempenho evidencia a conquista de uma clientela importante de empresas a partir da crise de 2008, na opinião do governador de Sergipe, Marcelo Déda. "Entre setembro e dezembro de 2008, quando os bancos comerciais fecharam as portas para as empresas, e até mesmo os estatais demoraram a normalizar a concessão de crédito, o Banese concedeu R$ 200 milhões em empréstimos para companhias locais", disse.
Além do crédito comercial, o banco contemplou empresas com R$ 199 milhões em concessões de crédito para desenvolvimento em 2010, volume 43% maior do que em 2009. Os recursos foram praticamente divididos entre os setores industrial (30%), imobiliário (33%) e rural (37%). "Só o volume repassado de recursos do [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) BNDES cresceu 2.726,8% no ano passado, o segundo melhor desempenho do Brasil", disse Nascimento.
O Banese também criou produtos voltados aos micro e pequenos empresários no estado. com destaque para as linhas para empreendedor individual e para micro e pequenas empresas vencedoras de contratos de fornecimento para o governo. "A empresa dá o próprio contrato como garantia e, em contrapartida. o governo tem mais segurança com respeito à viabilidade do fornecimento”, disse Déda.
Para Déda, o crescimento expressivo do banco já abre espaço para a expansão nas áreas vizinhas. "Com muita calma e foco, já podemos começar a olhar para os mercados do Alagoas e da Bahia", disse. Segundo Nascimento, uma pista do potencial do crescimento do Banese nos mercados fora de Sergipe está no cartão Banese, em que 10% dos clientes são de fora do estado. O Banese é hoje o banco com a maior rede de atendimento do Sergipe. Possui agência ou pontos de atendimento em todos os 75 municípios do estado.
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