31 de jul. de 2011

CREDENCIADORA DE CARTÃO LOCAL MIRA BANDEIRAS ESTRANGEIRAS

jornal Brasil Econômico 29/07/2011

Durante um evento esportivo de escala mundial, um país vê os gastos com cartão de crédito dos turistas em seu território quase dobrarem, segundo revelou relatório realizado pela Visa em sua base de plásticos. Atentas à oportunidade que surge com esta demanda, credenciadoras brasileiras já estão fechando parcerias com um número maior de bandeiras, principalmente as estrangeiras, para ter o privilégio de ter os cartões dos turistas em suas “maquininhas”, os POS (point of sales).

A Redecard, por exemplo, fechou parceria com uma empresa da China. “Nesse trimestre, fizemos a primeira transação coma China Union Pay, bandeira asiática que conta com2,5 bilhões de cartões emitidos no mundo”, diz o presidente da Redecard, Claudio Yamaguti. De acordo com ele, a empresa espera ter toda a sua rede habilitada para a captura da bandeira até o início de 2012.

O motivo da pressa é a realização de eventos esportivos no Brasil nos próximos anos, a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, que podem trazer bons resultados ao mercado de cartões, tendo em vista o que ocorreu nos eventos anteriores.

Dados do relatório da Visa mostram que na Copa do Mundo da África do Sul em 2010 os gastos dos turistas com cartões subiram 82%, na Olimpíada de Inverno no Canadá, o avanço foi de 93%,enquanto na Olimpíada de Beijing, na China, de 15%. “Os pagamentos eletrônicos permitem que os viajantes efetuem compras em outros países com facilidade”, considera o diretor-geral da Visa, Rubén Osta, justificando a escolha dos turistas pelos plásticos.

As máquinas da Redecard já aceitam25 bandeiras, entre elas a americana Discover e a argentina Cabal. O portfólio da credenciadora é o maior do setor. “Isso faz com que nossa rede tenha uma capilaridade maior”, afirma o presidente.

Para se ter uma ideia, a concorrente Cielo conta com uma rede de 19 bandeiras e vem se preparando para os eventos mundiais. Desde dezembro do ano passado, a credenciadora aceita os cartões da bandeira japonesa JBC em mais de 1,2 milhão de estabelecimentos. Em relação a novas bandeiras estrangeiras, a Cielo diz que está sempre de olho e acompanhando todas as possibilidades do mercado.

Estratégia

No Brasil, as credenciadoras querem expandir a utilização das “maquininhas” para outras finalidades além do pagamento da compra com cartão. Entre as opções, está a recarga de celular, participação em programas de benefícios e serviços. “Queremos gerar transferências não financeiras”, afirma o presidente da Redecard, empresa que teve lucro líquido de R$ 322,6 milhões no segundo trimestre, alta de 14,7% frente aos três meses anteriores. A Cielo, por sua vez, registrou lucro líquido de R$ 423,6 milhões, queda de 0,3% no período.

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