jornal Brasil Econômico 28/07/2011 – Fabiana Monte
Usar o celular como cartão de crédito ainda não faz parte do hábito da maioria dos consumidores. Mas a Redecard e a Cielo, empresas que processam transações feitas com cartões, querem fomentar este segmento como forma de ampliar seu mercado de atuação. As duas empresas oferecem soluções que transformam o celular na tradicional máquina de cartão (POS, no jargão do mercado). Outra opção é fazer com que o telefone cumpra o papel do dinheiro de plástico.
No caso da Redecard, 30 mil celulares em todo o país podem funcionar como máquinas que processam transações de cartão (chamadas de POS no jargão do mercado). Eles estão nas mãos de profissionais autônomos que fazem parte da equipe de vendas de empresas, como a Natura. Além disso, mais de 600 mil máquinas de cartões podem receber pagamentos a partir de celulares. “O telefone estende o uso do cartão. Em geral, os clientes que usam a solução de pagamento móvel compram com o celular e com o cartão. O celular desempenha o papel de um cartão adicional”, afirma Carlos Zanvettor, diretor executivo de marketing, produtos e varejo da Redecard. Para o executivo, o telefone é mais uma ferramenta de captura de transações e tem como principal vantagem oferecer comodidade em situações nas quais o consumidor está sem o cartão em mãos. “A gente faz dinheiro com esta solução, porque trazemos para dentro do nosso negócio transações que eram feitas com moeda, por exemplo. O cliente para de usar dinheiro ou cheque e adota o celular. Substituímos outros meios de pagamento”.
O presidente da Cielo, Rômulo Mello Dias, concorda que o principal papel do sistema de pagamento pelo celular é ampliar o mercado potencial de empresas como a que ele dirige. A oportunidade está em atingir pequenos comércios, profissionais liberais ou autônomos. O custo mensal de uma máquina tradicional, incluindo serviço, é, em média, R$ 72. Já o do celular é R$ 9,90. “Celular e e-commerce são duas áreas estratégicas. O mercado vai passar pelo celular”, analisa Dias.
A Cielo desenvolveu aplicativos para celulares e tablets com o sistema operacional Android, do Google, e para iPhone, iPad e iPod Touch, da Apple, que, uma vez instalados nos aparelhos, transformam o dispositivo em um POS. A Cielo já registrou mais de 40 mil downloads nas lojas do Android e da Apple, lançados, respectivamente, em novembro de 2010 e junho passado. Entre os estabelecimentos que usam as aplicações, 27% são prestadores de serviço e 26% da área de saúde. A Cielo também tem outras iniciativas para ganhar força na área, como, por exemplo, a Paggo, joint-venture com a Oi anunciada em setembro de 2010 para atuar no mercado de captura, processamento de transações pelo celular. A empresa, diz Dias, está andando, mas ainda em fase de estruturação.
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