portal Economia e Negócios 27/07/2011 - Altamiro Silva Júnior (Agência Estado)
A Cielo deve investir este ano entre R$ 308 milhões e R$ 328 milhões em compras de equipamentos que fazem a leitura e captura de transações com cartões de crédito e débito nas lojas, chamados pelo mercado de POS. "Somos o primeiro ou segundo maior comprador do mundo desses equipamentos", afirma o presidente da Cielo, Rômulo de Mello Dias, que participou nesta quarta-feira, 27, de teleconferência com a imprensa para comentar os resultados da empresa no segundo trimestre. A Cielo credencia estabelecimentos comercias para aceitarem as bandeiras de cartões.
O executivo não divulga o número de equipamentos que será comprado. Boa parte deles será de terminais móveis, como aqueles que os garçons levam na mesa do cliente em restaurantes (conhecidos no mercado de cartões como GPRS). Segundo Mello, para o lojista, a vantagem desse aparelho móvel, que usa tecnologia de celular, é que a Cielo fechou acordo com as operadoras e banca o custo das ligações. No terminal fixo, instalado nos caixas dos bares e lojas, o proprietário paga o custo de telefonia.
No primeiro semestre, a Cielo gastou R$ 98 milhões na compra de aparelhos POS. No segundo, prevê gastar entre R$ 210 milhões e R$ 230 milhões - o equivalente ao que foi feito em todo ano passado (cerca de R$ 215 milhões).
A Cielo fechou o segundo trimestre com 1,3 milhão de terminais instalados em estabelecimentos comerciais. Ao todo, a empresa tem cadastrados 1,8 milhão de lojistas.
O investimento em compra de mais aparelhos ocorre por conta da expectativa de crescimento do mercado de cartões de crédito, que tem ficado acima dos 20% há vários anos. A Cielo projeta que por suas máquinas passem um volume de mais de R$ 170 bilhões em transações de pagamento com plásticos este ano, com um crescimento de até 21,5%.
Abertura do mercado
A abertura do mercado de credenciamento completa um ano este mês. Desde de julho do ano passado, os terminais da Cielo podem ler os cartões de várias bandeiras e os da Redecard, sua principal concorrente, também. Por isso, os lojistas podem optar em ficar com apenas um terminal. Segundo Mello, 80% dos clientes optaram por trabalhar com uma ou outra credenciadora e os 20% restantes operam com as duas.
Desde a abertura do mercado, a taxa cobrada pela Cielo dos lojistas com cartões de crédito já recuou 19%, para 1,17% por transação. Para Mello, a tendência agora é que essas taxas caiam menos nos próximos meses. A empresa projeta que elas terminem 2011 entre 1,12% e 1,16%.
Com a maior competição no mercado, o valor do aluguel médio de cada POS cobrado dos lojistas também caiu. O preço mensal, que estava em R$ 73,9 há 12 meses, terminou junho deste ano em R$ 65,4. Mello, porém, não dá previsões sobre o desempenho desse valor nos próximos meses. "Não temos a mesma visibilidade para esse indicador", disse ele.
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