jornal Folha de S. Paulo 30/08/2010 - Claudia Rolli
Seis em cada dez consumidores acreditam que a proposta de permitir a cobrança de preços diferentes no comércio para pagamento à vista em dinheiro, cheque ou cartão vai resultar em aumento de preços, caso o país aprove uma legislação que permita a diferenciação.
Para esses consumidores, os preços seriam ainda maiores especialmente se utilizarem o cartão de crédito.
O resultado é apontado em pesquisa realizada entre os dias 16 e 26 de março pela consultoria GfK, com mil consumidores acima de 18 anos em todo o país.
Órgãos de defesa do consumidor são contra a diferenciação de preços e reagem à movimentação no Congresso para aprovar projeto de lei que permite a cobrança de preços diferentes, segundo a forma de pagamento.
Alguns sindicatos de lojistas de Minas Gerais e do Distrito Federal conseguiram liminares na Justiça para fazer a cobrança diferenciada. "A diferenciação de preço é prejudicial ao consumidor.
Defendemos que o desconto seja feito pela forma de pagamento -à vista ou a prazo- e não pelo meio de pagamento, que é o cartão ou o cheque", diz Maria Inês Dolci, coordenadora da ProTeste.
A entidade inicia hoje a campanha "Cartão igual a dinheiro", para conscientizar o consumidor -serão distribuídos 100 mil panfletos em São Paulo e no Rio.
"Os comerciantes querem transferir de forma injusta ao consumidor o custo operacional que eles têm com as taxas pagas às empresas de cartão de crédito", diz Dolci.
Para a ProTeste, a diferenciação de preços é uma prática abusiva. "Não há lei que a permita, por isso os comerciantes têm cobrado preços diferenciados na boca do caixa de forma camuflada."
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