jornal Brasil Econômico 30/08/2010 - Ana Paula Ribeiro
O Banco BGN começa a colher os primeiros resultados após a reestruturação da área de negócios, que incluiu a diversificação do número de produtos e uma atuação de forma mais integrada com a financeira Cetelem. A expectativa é dobrar neste ano o tamanho da carteira de crédito do banco. "Em agosto, a sinalização é de crescimento acima de 100%. A tendência é muito boa para este ano", afirma o diretor financeiro do banco e da financeira, Franck Vignard Rosez. Ambas as instituições pertencem ao Grupo BNP Paribas.
Ao final de junho, a carteira do banco somava R$ 1,9 bilhão, valor 77,6% superior ao de junho do ano passado. No crédito, o carro chefe são as operações de consignado, mas a instituição também trabalha com operações de crédito direto ao consumidor e financiamento de veículos novos e seminovos. Essa última área começou a operar ao final de 2008 e somava em junho urna carteira de R$ 200 milhões, crescimento em 12 meses de 120%. "Com um crescimento do PIB de 7% ao ano em 2010 e o surgimento de uma classe C emergente, o Brasil torna-se um dos principais motores do crescimento das operações de crédito ao consumo do BNP Paribas Personal Finance fora da Europa", diz o presidente do BGN e Cetelem no Brasil, Marcos Etchegoyen.
Além do crescimento do crédito, o banco conta ainda com novos produtos na área de seguros (acidentes pessoais, hospitalar e assistenciais) e capitalização. "Esses produtos financeiros também ajudaram no resultado, que é o maior que o banco já registrou em um semestre", explica Rosez. No primeiro semestre, o lucro foi de R$ 42 milhões, ante resultado próximo à estabilidade em igual período do ano passado. O BGN foi comprado pela Cetelem no final de 2008, mas as informações financeiras ainda não estão consolidadas.
Rosez destaca que, desde a compra pelo Cetelem, o BGN parou de depender da venda de carteira a outras instituições financeiras, garantindo o fluxo de receitas mesmo em períodos de menor produção de crédito. Antes de fazer parte do grupo BNP Paribas, o BGN trabalhava praticamente apenas com empréstimos consignados, sendo a cessão de parcela da carteira uma prática comum entre as instituições que concentram suas operações nesse nicho de mercado.
Enquanto o crédito no BGN cresceu fortemente, a carteira da Cetelem ficou praticamente estável, em R$ 3,7 bilhões, um avanço de apenas 0,5% em 12 meses. De acordo com o executivo, isso ocorreu porque a financeira optou por desativar parcerias que eram consideradas de menor rentabilidade, baixo volume financeiro e alto risco de crédito.
Embora o valor da carteira tenha ficado quase estável, o número de cartões de crédito emitidos passou de 3,030 milhões em junho do ano passado para 3,3 milhões no mesmo mês de 2010. Desse total, 400 mil são da bandeira MasterCard e o restante da Aura. O incremento, de acordo com Rosez, ocorreu porque neste ano a financeira passou a reforçar as grandes parcerias, como a com a loja virtual Submarino, e fechou novos contratos para a emissão de cartões co-branded, como com a rede de material esportivo Decathlon e a Caçula de Pneus.
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