24 de ago. de 2010

CARTÃO FACILITA COMPRA DE OURO

jornal Brasil Econômico 24/08/2010 - Maria Luíza Filgueiras

No universo bancário, "cartão ouro" é o nome do produto oferecido pelas instituições aos clientes de mais alta renda, para dar status à categoria, ainda que seja o plástico de crédito tradicional. Na Ouro Minas DTVM , essa ideia foi levada ao pé da letra e o resultado foi uma alavancagem nas vendas de ouro fracionado.

"É difícil negociar fração na bolsa de valores para retirada e é caro comprar a barra física. O cartão é fácil de guardar e tem sido cada vez mais procurado como presente", explica Juarez Silva, diretor da OM DTVM, que tem a patente do cartão com placa embutida de 1 g, 5 g, 10 g e 25 gramas de ouro 24 quilates. Com a demanda do item para presentear, a distribuidora lança neste mês um cartão-presente, cujo tíquete pode ser aumentado ou trocado por dinheiro caso o presenteado não queira ficar com o ouro físico. Acompanhando a cotação, o cartão muda de preço diariamente.

Segundo Silva, é cada vez mais comum a procura por parte de empresas que querem premiar funcionários, caso de contratos já feitos com Seara e Tim, e para coleções, o que levou a DTVM a criar cartões temáticos — desde de Dia dos Pais a times de futebol, como Corinthians e Atlético Mineiro, com pagamento de royalties aos clubes. O diretor destaca o cartão que replica uma nota de US$ 1 mil, valor equivalente aos 25 gramas de ouro contidos. "Há dez anos, essa mesma quantidade de ouro valia cerca de US$ 250", compara Silva, mostrando também o cartão de 10 g cujo valor é equivalente hoje a um garrote de oito arrobas.

A DTVM já vendeu mais de 30 mil cartões em três anos, quando adotou como foco mostrar que é simples comprar ouro fracionado no país. "Buscamos alternativas para mostrar que acumular patrimônio em ouro não é um bicho de sete cabeças", diz o executivo. "Vemos uma demanda crescente de investidores de classe média, que querem diversificar aplicações", afirma.

Ele garante que não é difícil transformar ouro em dinheiro, quando o investidor precisa de liquidez imediata. Isso porque não só as distribuidoras compram ouro, mas também ourives, joalherias em geral e mesmo casas de penhora, que aceitam o cartão como garantia.

"O ouro é uma moeda universal, aceita e reconhecida em qualquer lugar. Em uma cidade do interior de Minas Gerais, você pode ter dificuldades para trocar dólares, mas com certeza vai ter um ourives", exemplifica Silva.

A comparação não é feita ao acaso. A família de Silva é de Ubá, interior de Minas, onde o envolvimento com ouro foi quase uma "premonição" paterna, segundo Silva. Os 11 irmãos pouco entenderam quando o pai, em 1971, reuniu a família para dizer que, no futuro, venderiam ouro. Até então, trabalhavam com comércio de fumo de corda, rapadura e cachaça.

"Sete anos depois, meu irmão leu uma notícia no jornal sobre o Eldorado, no norte do Mato Grosso, e se mudou para lá. Um ano depois, foi a família toda", conta Silva. Revendiam o que encontravam, vasculhando a mata da região, quando aprenderam as lições básicas para quem lida com o metal — como saber que cada centímetro de uma barra de ouro equivale a 19,3 gramas do metal.

A família adquiriu a distribuidora de valores Faria Fraga em 1989 e adotou a denominação atual. Apesar da venda dos cartões ter começado há três anos, está patenteada pela família há mais de 15 anos.

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