22 de jan. de 2012

MERCADOLIVRE CRESCE 41,1% E VISA A CRIAR NOVAS TECNOLOGIAS

jornal DCI 06/01/2012 - Cínthia Zagatto

Com a demanda agressiva do mercado do varejo eletrônico (e-commerce) brasileiro que pode fazer o País subir três posições no ranking dos países com maior potencial de vendas via plataformas eletrônicas e ocupar o 4º lugar até o ano de 2015, atrás apenas de China, Estados Unidos e Japão - segundo o estudo da empresa Translated -, o Grupo MercadoLivre anuncia o plano de se posicionar para ampliar os meios utilizados para efetuar as transações no segmento. Entre as iniciativas da MercadoLivre, líder em comércio eletrônico na América Latina, estão o desenvolvimento de aplicativos para acesso através de plataformas móveis e a expansão das operações em redes sociais.

Com 36,9 milhões de itens comercializados até o mês de setembro de 2011 nos 13 países onde a empresa opera, a plataforma movimentou um volume financeiro de quase US$ 3,4 bilhões no acumulado do ano, o equivalente a um crescimento de 41,1% ante o mesmo período de 2010. Para impulsionar ainda mais as vendas, a empresa tem firmado parcerias para o desenvolvimento de novos sistemas de gerenciamento de produtos. "São sistemas que o próprio grupo poderia desenvolver", declara Helisson Lemos, diretor-geral do grupo no Brasil. "Com as parcerias, além de diminuir a divisão de recursos entre os projetos, conseguimos resultados mais rápidos."

Rapidez é o que chamou a atenção dos executivos para a necessidade de instalar aplicativos em plataformas móveis, como iPhone e Android. De acordo com Stelleo Tolda, vice-presidente de Operaçoes, a adoção dos smartphones é rápida no mercado, tanto que, nos últimos 3 anos, o aparelho lidera o ranking de vendas da empresa. "Lançamos o primeiro aplicativo em agosto de 2011, e já tivemos mais de 1 milhão e 100 mil downloads. Sem contar que, com ou sem aplicativo, os consumidores acessam o site por tablets e celulares", lembra o executivo.

Os aplicativos representavam 2,1% do tráfego do grupo. Passados 6 meses, o movimento é de 3% do total e ainda não atinge os objetivos dos empresários. "Conhecemos empresas nos Estados Unidos que têm mais de 10% das transações feitas por aparelhos móveis", conta Lemos. Diante das promessas de expansão, o grupo não ignora as necessidades de investir em novas tecnologias.

A empresa já conta com um centro de pesquisa na Argentina, onde trabalham cinco profissionais. Além disso, no último mês de outubro, foi aberto um centro em Alphaville (SP), no qual 23 pessoas trabalham com foco no desenvolvimento de soluções internas, e para o qual devem ser recrutadas cerca de mais 20 pessoas com o decorrer de projetos para evolução dos produtos oferecidos.

Intensificar a participação dentro das redes sociais também é aposta. A empresa já permite compartilhar transações no Facebook, mas o uso da ferramenta ainda é pouco representativo. Fomentar as vendas de vestuário é outro enfoque. Entre os 10 produtos mais vendidos em 2011, 6 deles estão voltados para tecnologia, 2 para automóveis e 2 para vestuário. Com a venda de roupas masculinas em 5ª posição e roupas femininas em 10º lugar no ranking de vendas pelos últimos dois anos, o Grupo acredita que ainda haja espaço para crescimento. "Planejamos colocar uma grade de medidas nas páginas dos vendedores. Hoje, a comunicação para que o consumidor escolha o tamanho das roupas ainda é feita diretamente com o vendedor", explica Tolda.

MercadoPago

Também entre as prioridades está a otimização da plataforma de pagamentos pela Internet do Grupo, o MercadoPago, que deve ser oferecido também através de mobile payment. A operação registrou crescimento de 123% no acumulado dos três primeiros meses de 2011 ante o mesmo período do ano anterior ao realizar 9,6 milhões de transações, que movimentaram um volume de pagamentos da ordem de US$ 910 milhões, o equivalente a uma alta de 97% sobre 2010.

O serviço já é oferecido para sites de compras coletivas, e a intenção dos executivos é de ampliá-lo aos aparelhos móveis. A dificuldade é autenticar o pagamento por meio dessas plataformas. "Acredito que estamos bem posicionados. Já existe uma concorrência nesse setor entre empresas de cartão de crédito e desenvolvedoras de tecnologia, como nós, mas estamos pensando para a frente", afirma Tolda.

Há um ano o grupo também beneficia empreendedores, que podem criar lojas on-line para ingressar no e-commerce. A plataforma MercadoShops já conta com 36 mil pequenas e médias empresas: 65% são brasileiras.

Varejo

Novidade de uma das líderes no segmento de vendas pela Internet: a Netshoes estampará sua marca nas mangas da camisa do Esporte Clube Bahia. O contrato de patrocínio com o Esquadrão de Aço é o primeiro da empresa no nordeste brasileiro, e inicialmente terá duração de dois anos.

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