11 de mar. de 2011

ÁREA DE SEGUROS DO BANCO DO BRASIL PASSA A VALER R$ 15 BILHÕES

portal iG 11/03/2011 - Nelson Rocco

O Banco do Brasil está nos processos finais de reestruturação de sua área de seguridade iniciada com o fechamento da parceria com espanhola Mapfre, no primeiro semestre do ano passado. As mudanças envolveram as áreas de seguro gerais, seguro saúde e planos de previdência. Falta finalizar as ações no ramo de capitalização. Os investimentos em todo o reposicionamento foram de pouco mais de R$ 600 milhões. “Essa área hoje vale R$ 15 bilhões”, estima Paulo Caffarelli, vice-presidente de novos negócios do BB.

O processo foi iniciado porque o BB planeja fortalecer sua participação no segmento e elevar sua participação no resultado final do banco. Os executivos do BB não admitem, mas o modelo é a fatia que o negócio de seguros do Bradesco tem do seu lucro líquido, em torno de 30% a 35%. “A participação da área de seguridade no Banco do Brasil era baixa, em torno de 9%”, admite Caffarelli.

Felipe Ruppenthal, analista de investimentos da corretora Geração, vai adiante. Afirma que o BB deve elevar, com a reestruturação, a fatia da seguridade no lucro dos atuais patamares para 20% ou 22%. “O objetivo deles é ser líder na área de seguros. Querem aproveitar sua estrutura para torná-la mais relevante nos resultados do banco”, acrescenta o analista.

Concorrência com sócios

De acordo com o vice-presidente do BB, a concorrência com os próprios sócios foi um dos pontos que contribuíram para a reestruturação. Sabe-se no mercado que a Sulamérica e o BB juntos eram a sexta companhia do segmento de saúde, enquanto sozinha a Sulamérica ocupava a segunda colocação. Além disso, dependendo da área, os sócios do BB tinham como único objetivo usar a rede de agências do banco para escoar os seus produtos, o que não agradava ao banco estatal. “Vendemos a Brasil Saúde. Saímos dessa área, porque não é um segmento bom para bancos.”

Em seguros gerais, no negócio fechado com a Mapfre, o BB se comprometeu a desembolsar R$ 295 milhões. Foram criadas duas holdings, uma para as áreas de seguro de vida, prestamista (que garante o pagamento de dívidas em caso de morte), agrícola, imobiliário e rural; e outra para os seguros de ramos elementares, veículos e “affinity” (seguros massificados). Além disso, o banco fechou com a Sulamérica a compra dos 30% restantes da Brasilveículos, por R$ 340 milhões, passando a ser o único acionista. Nas duas operações, os custos do Banco do Brasil foram de R$ 635 milhões.

Na área de previdência, “elevamos a participação de 49% para 75% na Brasilprev e o nosso sócio ficou com 25%, o que foi feito por meio de troca de ações e de exclusividade”, diz Caffarelli. A sócia do BB nessa área é a norte-americana Principal Financial Group. O Sebrae, que detinha 4% do capital total da Brasilprev, vendeu sua participação.

Odontoprev

Em outubro, após o fim da operação em saúde, o BB decidiu entrar no negócio de assistência odontológica. “O Banco do Brasil entrou no ramo de planos odontológicos e a visão que temos é que começamos do tamanho da segunda do mercado, com 800 mil clientes e uma grande vantagem”, afirma Caffarelli. Foi assinado um memorando de entendimentos que dá ao BB uma participação de 75% em uma nova empresa, com a Odontoprev como sócia com 25%. “Criamos uma nova companhia e ganhamos uma participação na holding”, afirma ele, em referencia aos 10% que o banco passa a deter na própria Odontoprev.

Na área de capitalização, Caffarelli conta que fechou com a Icatu uma aliança estratégica para a criação de novos produtos. O BB detém 49,99% de participação na Brasilcap. O restante do capital está nas mãos da Icatu, da Sulamérica e da Aliança da Bahia. “Estamos finalizando o aumento de capital na Brasilcap dos 50% para 75%”, afirma o vice-presidente. “Já compramos a participação da Sulamérica e negociamos a da Aliança da Bahia.”

Para o analista da Geração, com a nova configuração, o Banco do Brasil passa a aproveitar melhor um mercado em expansão. “Com o crescimento da renda da população, as pessoas estão indo em busca de produtos mais sofisticados e o BB pode aproveitar sua capilaridade imensa para vender seus produtos de seguros”, avalia Ruppenthal.

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