jornal Brasil Econômico 17/06/2011 – Natalia Flach
O mercado brasileiro de serviços financeiros é hoje a menina dos olhos da companhia americana de tecnologia da informação CSC. Na semana passada, a empresa, que fatura US$ 16 bilhões, anunciou a aquisição da Vixia, prestadora de serviços especializados para seguradoras e resseguradoras que atuam no Brasil. “Este setor representa US$ 3 bilhões da nossa receita, mas a nossa atuação na América Latina ainda é muito pequena”, afirma John Hatcher, gerente geral de serviços financeiros da CSC para a América Latina. “Vamos continuar expandindo a nossa presença no país por meio de aquisições”, revela.
Com a compra da Vixia, a companhia passou a ter 60 clientes. Entre eles, estão Porto Seguros, Mitsui Sumitomo e J. Malucelli Seguradora. “A ideia é ampliar os serviços prestados para os atuais clientes e aumentar a carteira.”
Segundo o executivo, a principal demanda das seguradoras —e dos bancos—é ter um sistema que permita customizar os produtos de acordo com as necessidades do cliente final. Hoje, o mesmo cliente pode ter várias linhas de seguro, como saúde, de carro e de vida, mas a plataforma de tecnologia entende como se fossem clientes diferentes. “As seguradoras querem oferecer operações cruzadas, mas com a tecnologia atual é muito difícil. Por isso, é uma tendência mundial a troca de tecnologia para um sistema que vê o cliente como único”, declara Wagner Antunes, diretor comercial de serviços financeiros da CSC Brasil. Com esses dados consolidados, as seguradoras poderão fazer um ranking de serviços prestados e dos clientes. “Elas poderão entender de fato a necessidade dos consumidores e oferecer descontos para os melhores classificados no levantamento”, exemplifica Hatcher.
Outra demanda das seguradoras brasileiras é mobilidade. Antunes diz que, daqui a uns anos, um cliente que quiser fazer a apólice do seu carro poderá facilitar o processo tirando uma foto do veículo pelo celular e enviando para a seguradora. “Isso vai agilizar bastante”, diz o executivo brasileiro, acrescentando que as companhias de seguro também estão investindo bastante em segurança da informação.
Além disso, as seguradoras estão descobrindo que, para expandir os seus serviços para outras localidades, não precisam investir na ampliação da infraestrutura de tecnologia. No exterior, a CSC faz a instalação dos softwares e terceiriza os funcionários. “As companhias de seguro podem pagar de acordo com a demanda, seja pelo número de apólices ou de clientes. Esse dinheiro que seria investimento se torna despesa. Portanto, os recursos podem ser alocados em outras áreas”, diz Hatcher.
Segundo ele, a principal diferença do Brasil para os países desenvolvidos é que o mercado de seguros ainda é incipiente no país do ponto de vista do número de clientes. “Mas, conforme ele cresça e enriqueça, maiores serão as demandas.” No portfólio da companhia, há dois bancos com operação no Brasil, cuja principal demanda é a modernização da linguagem dos dados dos clientes.
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