jornal Brasil Econômico 15/12/2010 - Priscila Dadona
Após concluir a migração de toda a base de cartões do Bradesco, em outubro, a subsidiária brasileira da Fidelity tem planos bastante ambiciosos. A processadora de cartões almeja crescimento anual de 15% nos próximos cinco anos. A previsão está abaixo do avanço alcançado entre 2005 e 2010, de 37% médios ao ano. "O mercado não é infinito", diz Reginaldo de Souza Zero, presidente da Fidelity.
Em faturamento, as projeções também são muito otimistas. De acordo com o executivo, em 2011 a empresa pretende faturar RS 600 milhões, um incremento de mais de 30% sobre o previsto para este ano, de RS 460 milhões. "Em 2015, queremos chegar a um faturamento de R$ 1 bilhão ou até mesmo superar esse volume", estima.
A menina dos olhos de Zero e da Fidelity é a nova bandeira Elo, também do Bradesco em parceria com o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que deve ser lançada ao mercado no primeiro trimestre do próximo ano. "É a cereja do bolo", diz.
Em cinco anos, a processadora pertente conquistar um terço dos 90 milhões de plásticos estimados para o mercado Elo. "O que vai nos fazer chegar a quase 100 milhões de cartões daqui a cinco anos. Não tem nenhuma processadora que chegue nem perto deste número nem no Brasil e nem na América Latina", diz. Atualmente, o portfólio da empresa é de 40 milhões.
Nova bandeira
A nova bandeira Elo tem previsão para ser lançada no primeiro trimestre de 2011. "Estamos esperando o Bradesco nos dar o ok", afirma o executivo. Os cartões Elo serão voltados para as classes emergentes, especialmente C e D. "São as pessoas que estão sendo bancarizadas. A parcela da população de ainda não possui nenhum cartão é o que pretendemos abocanhar."
Zero espera, para o próximo ano, um crescimento orgânico dos bancos no segmento da ordem de 15%, principalmente devido à parceria com as grandes redes de varejo.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o total de cartões no país é de 612 milhões, sendo 149 milhões em de crédito, 245 milhões de débito e 218 milhões private label.
Os planos da Fidelity também ultrapassam as fronteiras do país e incluem avançar para outros países da América do Sul e de língua portuguesa na África do Sul. "Ainda não temos data, mas pretendemos avançar por meio de aquisições", adianta Zero. A Argentina deve ser o primeiro destino da Fidelity.
Natal pomposo
A Fidelity se diz preparada para o Natal. Em dezembro, a empresa estima realizar cerca de 110 milhões de transações, 53,8% a mais que as 65 milhões em dezembro do ano passado. "Estamos preparados com plano de contingência dentro dos padrões internacionais", garante.
A Fidelity foi criada em 2006. Surgiu da então parceria entre Bradesco, Banco Real e BB. Na época, os três -- com mais de 50% do mercado -- chegaram à conclusão de que deveriam ter uma plataforma única para baratear o custo e um software universal. A empresa passou de 8 milhões para 40 milhões de cartões, sendo que, do Bradesco, o total é de 27 milhões.
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